dc.description.abstract | Todas as pessoas, num certo momento das suas vidas confrontam-se com o inevitável
sofrimento associado à perda de alguém significativo. Esta é vivenciada de modo único por
cada indivíduo, sendo que alguns lutos perduram profundamente durante anos, alterando o seu
funcionamento biopsicossocial, outros são vivenciados de modo intenso, mas num tempo
mais determinado e ainda há os que ultrapassam tão facilmente a dor da perda que mais não
parece ser uma tentativa de a mascarar (Bonanno & Kaltman, 2001).
Esta ideia suscitou a questão: Podem os técnicos de saúde actuar sobre o risco aumentado de
morbilidade associado ao luto e preveni-la?
Apesar de a investigação no luto, nomeadamente ao nível de programas de prevenção, ser
já uma realidade, não se conhecem trabalhos empíricos baseados nos resultados positivos que
a terapia cognitiva narrativa tem demonstrado na intervenção em indivíduos em luto (Currier,
Neimeyer & Berman, 2008) nos cuidados de saúde primários em Portugal.
Deste modo, procuramos colmatar esta lacuna através da realização de um programa de
intervenção cognitivo narrativo, que teve como principais objectivos, prevenir sintomas de
depressão e de trauma, seis meses após a perda, obter níveis elevados de aceitabilidade dos
sujeitos em relação à intervenção e, consequentemente, validar o programa.
A presente dissertação encontra-se organizada em seis capítulos, no sentido de uma melhor
estruturação. No primeiro, é apresentada uma conceptualização teórica do luto e uma análise
teórica e empírica do modelo cognitivo narrativo no luto. No segundo capítulo explicamos a
metodologia e, num terceiro momento analisamos o desenho metodológico da avaliação do
programa. No IV capítulo apresentamos os resultados da aplicação do programa de
intervenção psicológica e, no final, analisamos os dados obtidos. No VI capítulo fazemos
referência às conclusões do estudo, enquadrando as suas limitações e, sugerindo alternativas
para investigações futuras. | pt_PT |