Variabilidade genética das glicoproteínas GPlba, GPllla, GPLa e do P2RY12 - associação com a funcionalidade plaquetária medida pelo PFA-100
Resumo
A activação plaquetária resulta da interacção entre agonistas activadores da função plaquetária e receptores específicos para esses agonistas.
A expressão dos receptores na membrana das plaquetas está sobre controlo genético e acredita-se que variações nas sequências genéticas dos receptores contribuem para diferentes graus de activação plaquetária.
Segundo a Organização Mundial de Saúde, as doenças cardiovasculares estão no topo das doenças que mais mortalidade e morbilidade causam. Dado a importância desta estatística, o presente trabalho assume grande relevância.
Assim sendo, o objectivo principal deste estudo é verificar o impacto de oito polimorfismos nas principais proteínas plaquetárias (HPA-2, Kozak e VNTR na GPIα, PLA1/A2 na GPIIIa, o C800T na GPIa e três SNP´s no receptor P2Y12) sobre a funcionalidade plaquetária, avaliada através do sistema PFA-100®.
Os oito polimorfismos estudados encontram-se dentro do equilíbrio de Hardy-weinberg e não diferiam significativamente dos resultados obtidos noutras populações caucasianas já previamente estudadas.
Os polimorfismos em conjunto influenciam-se mutuamente e condicionam os resultados do PFA-100. Contudo, os polimorfismos PlA1/A2 da GPIIIa, o VNTR estudado na GPIbα e o polimorfismo C807T localizado na GPIa, parecem ser aqueles que mais contribuem para as diferenças individuais na reactividade plaquetária.
Em conclusão, poderá dizer-se que os nossos resultados evidenciam a importância de estudos de polimorfismos plaquetários na avaliação da reactividade plaquetária o que poderá contribuir para o estabelecimento de um perfil genético de funcionalidade das plaquetas, importante tanto na prevenção de eventos trombóticos como na adequação individual à terapia antiplaquetária.