Relação da hipermobilidade do primeiro raio e o hallux abductus valgus
Abstract
Um 1º raio hipermovel tem sido descrito como um fator etiológico e agravante da
deformidade hav. Vários são os estudos que demonstram que pacientes com hav padecem
de hipermobilidade do 1º raio e pronação aumentada do pé. Neste estudo como objetivo
principal tentamos observar a relação da hipermobilidade do 1º raio com o hav. Como
objetivos secundários observar a relação do hav e da mobilidade do 1º raio com varias
características sociodemográficas, antropométricas e com o teste navicular drop (tnd)
respetivamente.
O tipo de estudo que aplicamos foi o descritivo correlacional com o intuito de observarmos
e descrevermos as relações existentes entre a hipermobilidade 1º raio e o hav. A amostra
foi constituída por 22 participantes das consultas externas de Podologia do CHAA em
Guimarães e do CHSJ em Valongo, destes participantes, 68,2% eram do sexo feminino com
IMC de médio de 24,5 (dp=3,73). Para a avaliação do grau de hav utilizamos a escala de
Manchester (Menz et al 2008), avaliação da mobilidade e posição do 1º raio utilizamos a
técnica de Root (1977) e para a avaliação da pronação do pé através do do teste do navicular
drop (tnd) definida por Brody (1982).
Verificamos que não existe uma relação significativa (p>0,05) entre as duas variáveis
hipermobilidade do 1º raio e o hav. A maioria dos autores são unanimes ao afirmarem existir
uma forte relação entre estas duas variáveis, de facto a falta de consenso surge
relativamente ao aparecimento do hav, como a causa, a consequência ou um fator
agravante da hipermobilidade do 1º raio. Vários aspetos podem ser tidos em conta para a
obtenção destes resultados, como o reduzido tamanho da amostra ou o uso de
instrumentos mais fiáveis e precisos para a avaliação do 1º raio
Concluímos então que não existe relação entre a hipermobilidade do 1º raio e o hallux
abductos valgus.