Incidência e prevalência de fibrilhação auricular e hipertrofia ventricular esquerda da população de Trás-os-Montes que recorre aos cuidados primários
Abstract
A fibrilação auricular (FA) é uma das arritmias mais frequentes e é uma importante causa de morbilidade e mortalidade, associada principalmente ao aumento de risco de acidente vascular cerebral (AVC). A hipertrofia ventricular esquerda (HVE) é uma patologia progressiva, silenciosa e representa uma manifestação de lesão cardíaca precoce causada por hipertensão arterial, é considerada um marcador de risco, essencialmente de FA e AVC e aumenta especialmente o risco de morbilidade, enfarte agudo do miocárdio e doença isquémica.
Métodos e Resultados: Este é um estudo exploratório transversal, de uma amostra não probabilística sequencial, representativa da população de Trás-os-Montes que recorreu aos cuidados primários, com idade igual ou superior a 40 anos. A prevalência e incidência de FA e HVE foram baseadas em eletrocardiogramas que 2 foram classificados por cardiologistas. Para caracterização da população foram recolhidos dados antropométricos e clínicos. De 10760 indivíduos, foram identificados com as patologias 736 indivíduos, dos quais 54,1% são do sexo masculino, com idade mediana de 69 anos (Mín=40anos; Máx=98anos), apresentando uma prevalência para FA de 2,83%, para HVE de 4,11% e para FA com HVE de 0,18%. Apresentam ainda uma incidência para FA de 1,57%, para HVE de 0,43%, não havendo incidência para FA com HVE.
Conclusões: O eletrocardiograma é o exame indicado para diagnosticar, nos cuidados primários, FA e HVE. Devido aos valores obtidos serem elevados, é importante criar estratégias de controlo dos fatores de risco pois a FA e HVE elevam o risco de AVC.