dc.description.abstract | A Hipertensão Arterial (HTA) é dos fatores de risco cardiovasculares mais importantes, constituindo um problema de saúde pública, visto ser uma das causas principais de morte em todo o mundo, podendo permanecer silenciosa até uma fase tardia da sua evolução. Possui uma elevada prevalência na população adulta, e como tal, necessita de uma vigilância continuada e de um tratamento farmacológico e não farmacológico para seu controlo como estratégias preventivas imperiosas. Um doente hipertenso comporta diversas repercussões para si, para sociedade e para o sistema de saúde. A Monitorização em Ambulatório da Pressão Arterial (MAPA 24 horas) permite obter dados adicionais a outras técnicas de diagnóstico desta doença, permitindo uma avaliação diagnóstica, um acompanhamento terapêutico e uma avaliação do prognóstico do doente hipertenso. Assim, o objetivo deste trabalho passa por valorizar este exame complementar como um método essencial na avaliação e acompanhamento de doentes hipertensos, assim como no diagnóstico de aparecimento de casos novos, sob três domínios chave: risco cardiovascular, controle da doença e relação custo-benefício. Plano de Investigação e Métodos: Foram recolhidos dados relativos a 358 relatórios MAPA 24 horas que foram realizados e cometidos entre 01 de Janeiro de 2009 e 31 de Dezembro de 2011. Os dados em estudo foram tratados estatisticamente com o software SPSS (Statistical Package for
the Social Sciencies), versão 20. 0. Resultados: Foram analisados dados de 358 relatórios de indivíduos adultos com idades compreendidas entre os 18 anos e os 90 anos e com uma maior incidência com idade compreendida entre [40;49 [anos, que realizaram MAPA 24 horas, dos quais, 53.4% pertenciam ao sexo feminino e 46.6% ao sexo masculino. Do total de exames, 57.8% foram efetuados para uma avaliação diagnóstico e 42.2% para avaliação terapêutica. Dos exames que foram realizados para uma avaliação diagnóstica, a maioria revelou sofrer de Hipertensão Arterial e apenas uma parte mostrou pertencer ao grupo dos Hipertensos da Bata Branca, designados no estudo como falsos positivos. Dos v exames que foram realizados para uma avaliação terapêutica, 32.5% eram medicados com Monoterapia, 9.9% com 2 classes de fármacos, 1.3% com 3 classes de fármacos, 53.0% com associações fixas de fármacos e 3.3% desconhecia a designação da terapêutica que fazia. Tanto os relatórios que correspondiam a indivíduos que faziam Monoterapia como aqueles que faziam mais classes de fármacos anti Hipertensores, existia um maior número de quadro clínico compatível com Hipertensão, do que dentro dos valores da normalidade. Em praticamente todos os grupos o perfil tensional dominante era do tipo Dipper, com exceção dos que faziam 2 classes de fármacos, onde nestes o perfil tensional mais prevalente foi o Não Dipper. Conclusão: A Monitorização em Ambulatório da Pressão Arterial 24 horas é um meio complementar na prática clínica com um enorme peso diagnóstico, pois permite diferenciar os que
são “verdadeiros hipertensos”, que necessitam de um seguimento e terapia farmacológica, dos que
são considerados “falsos hipertensos” em que apenas requerem uma vigilância médica não obrigando necessariamente a obedecer uma terapia farmacológica, e ainda possibilita um acompanhamento do doente hipertenso com o objetivo de minimizar a sua morbilidade e mortalidade | pt_PT |