Planeamento em saúde - Viver a adolescência sem fumo
Visualizar/ Abrir
Data
2014Autor
Malheiro, Sónia Manuela Azevedo Gonçalves
Metadata
Mostrar registro completoResumo
De uma forma global, os estilos de vida, onde se incluem os padrões de sono e repouso, alimentação, exercício físico e consumo de substâncias, têm sido tema de muitas campanhas de promoção da saúde e prevenção de doenças.
Pela multiplicidade e gravidade das doenças que provoca, assim como a elevada proporção de pessoas expostas, o consumo de tabaco constitui, presentemente, a primeira causa evitável de doença e de morte prematura nos países desenvolvidos, contribuindo para seis das oito primeiras causas de morte a nível mundial (World Health Organization in Nunes,2012).
Estabelecendo a ponte entre dois factos essenciais como sendo a mortalidade/morbilidade decorrente do consumo de tabaco e o consumo cada vez mais precoce pelos adolescentes e, consequentemente, a manutenção do consumo na vida adulta, compreende-se então a necessidade de intervenção do enfermeiro na comunidade, sobretudo entre os jovens, enquanto capacitador e promotor de hábitos de vida saudáveis, dotando os mesmos de conhecimentos acerca dos malefícios e mecanismos de dependência do tabaco.
Revela-se pois determinante que o enfermeiro estabeleça um paralelismo entre o que é do conhecimento dos adolescentes e qual a intervenção necessária por parte das equipas de saúde, nomeadamente em relação às sessões de educação para a saúde, inseridas em meio escolar.
Foi neste sentido que se efetuou um estudo descritivo, de caráter transversal, com recurso à metodologia de Planeamento em Saúde, com abordagem quantitativa, em que se fez um Diagnóstico de Situação das crianças do 5º ano do Agrupamento de escolas de Vallis Longus. A partir deste, foram identificados vários problemas, nomeadamente em relação à alimentação, tabagismo e sexualidade, dos quais, e após um processo de priorização de comparação por pares, emergiu a temática do tabagismo.
Assim, implementou-se o projeto “Vida Sem Fumo”, cuja principal estratégia foi a realização de sessões de Educação para a Saúde, onde participaram um total de 236 alunos.
A avaliação efetuada das intervenções acima referidas foi feita com recurso a um questionário, aplicado no final da última sessão, relativo aos conhecimentos dos adolescentes em relação aos malefícios do consumo de tabaco.
A análise dos resultados permitiu inferir que a maioria dos adolescentes inquiridos demonstrou conhecimentos acerca dos malefícios do consumo de tabaco. Apesar disto, um número significativo referiu que se sentiria mais nervoso se fumasse, facto este devido, provavelmente, à interpretação que os adolescentes fizeram da questão, associando o ato de fumar como algo proibitivo e punitivo por parte dos pais.
De forma a contextualizar o estudo, fez-se uma abordagem teórica acerca da temática, que inclui entre outros, aspetos como a epidemiologia, aspetos psicossociais da adolescência e do tabaco e papel do profissional de saúde, entre os quais o Enfermeiro Comunitário, na prevenção de estilos de vida pouco salutares e, portanto, preventivos de doença a curto, médio e longo prazo.