Prevalência de hipermobilidade ligamentar/articular em crianças com idade escolar entre os 6 e 12 anos aplicando a escala de Ferrari
Abstract
A hipermobilidade articular já vem sendo alvo de estudo durante décadas. A sua complexidade como patologia originou, que alguns autores a denominassem de “Enigma da Fisiologia Humana”.(L. Larsson & Mudholkar, 1995). Existe uma grande necessidade de se obter um diagnóstico o mais fidedigno, o mais precoce possível, de forma a antecipar e controlar o prognóstico para cada caso e ainda particularizar o tipo de tratamento mais apropriado e eficaz para o paciente (K. Murray, 2006).
O nosso estudo contemplou como objetivo principal a prevalência da Hipermobilidade ligamentar/articular em crianças com idade escolar entre os 6 e 12 anos aplicando a escala de Ferrari. A amostra do nosso estudo foi constituída por 498 crianças com idades compreendidas entre os 6 e os 12 anos de idade. Para tal, foi realizado um questionário e entregue aos Encarregados de Educação de forma a obter dados importantes relativos ao historial clínico da criança. Durante a avaliação clinica efetuada a criança, foi utilizada a escala de Ferrari et al, a Lower Limb Assessment Score para o diagnóstico diferencial da hipermobilidade articular.
Para a análise estatística dos dados como para a execução de tabelas e gráficos, foram utilizados os programas Statistic Package for Social Sciences (SPSS versão 21.0) e o Microsoft Office Excel 2013. Para a realização da estatística descritiva e testes de correlação entre variáveis, os testes utilizados foram, o teste de independência do qui-quadrado e o T Student.
A Lower Limb Assessment Score a escala utilizada neste estudo, revelou ser de fácil aplicabilidade como, permitiu também, atingir facilmente os objetivos propostos.
Os resultados que se demonstram mais relevantes referem-nos que, aplicando a escala de Ferrari, a prevalência de hipermobilidade ligamentar/articular em crianças com idade escolar entre os 6 e 12 anos é cerca de um terço da nossa amostra. Contrariamente ao que a bibliografia nos indica, verificamos que, a hipermobilidade articular não condiciona a ocorrência de entorses ao nível do tornozelo (p>0,05). Observamos também que existe uma tendência para, crianças com hipermobilidade exibirem um peso inferior às crianças não hipermóveis da mesma idade.
Concluímos que a prevalência de hipermobilidade na nossa amostra foi de 34%, com uma maior prevalência no sexo feminino