Estudo prospetivo para a indicação terapêutica do pé plano infantil no agrupamento de escolas de Felgueiras
Abstract
As alterações no membro inferior são muito frequentes nas crianças, sendo um motivo de preocupação. O pé plano infantil, muitas das vezes fisiológico e sem necessidade de tratamento, corresponde a noventa por cento dos motivos de consulta (Halabchi, Mazaheri, Mirshahi, & Abbasian, 2013). Neste sentido, o objetivo deste trabalho, foi avaliar e perceber a necessidade terapêutica no pé plano infantil, assim como, perceber a prevalência do mesmo.
Para a realização deste estudo, foram escolhidas intencionalmente, crianças que mostraram valores de Índice de Postura do Pé (FPI-6), no item “congruência do arco longitudinal interno”, de “+1 ou +2”, correspondente a um arco longitudinal interno pronado ou hiperpronado. Esta seleção resultou numa amostra intencional de 146 crianças, com idades compreendidas entre os 3 e os 11 anos, que haviam sido diagnosticadas com pé plano infantil, através do FPI-6. Para perceber a necessidade terapêutica deste pé plano infantil, recorreu-se ao uso de uma nova ferramenta clínica para o diagnóstico do pé plano infantil, o Peadiatric Flat Foot Proforma (p-FFP).
Para a análise estatística dos resultados foi usado o IBM SPSS Statistics 21, onde se testou o Anova, Qui-quadrado, t-student e Post Hoc de Tuckey.
Através da classificação do p-FFP, observou-se que, 78,77% das crianças tinham um pé plano com necessidade de monitorização, 13,01% obtiveram valores de p-FFP, que nos levam a classificar como fisiológicos e com necessidade de intervenção terapêutica, classificou-se 8,22% das crianças. Estes resultados foram de encontro ao esperado, tendo em conta que o pé plano infantil tende a reduzir com o avançar da idade, se seguir os parâmetros de normalidade (Angela M. Evans, 2011). Verificou-se que, quando classificamos “monitorizar” no p-FFP, os valores de FPI-6 são significativamente mais elevados e os valores de FPI-6, são significativamente mais baixos quando p-FFP é “fisiológico”.
O estudo permitiu concluir, que a maioria das crianças analisadas pelo p-FFP tinham necessidade de serem monitorizadas.