Mobilização precoce de doentes internados em cuidados intensivos: contributos na amplitude e força muscular e prevenção na dor no ombro
Abstract
Os doentes internados em Cuidados Intensivos sofrem de inactividade e imobilidade, resultado da patologia ou tratamento inerente à mesma. Daí advêm consequências diversas, sejam elas físicas ou psicológicas, pelo que é fundamental preveni-las.
Esta problemática levou-nos a realizar um estudo cujo objectivo geral: foi conhecer a influência de um programa de reabilitação na manutenção da amplitude articular e força muscular no ombro, nos doentes internados em Cuidados Intensivos. Tratou-se de um estudo exploratório/descritivo. Os dados foram recolhidos no período de Fevereiro a Maio de 2012, tendo a amostra sido constituída por 21 utentes.
Foi instituído um plano de reabilitação diário com mobilizações passivas e activas-assistidas, ao ombro, tendo-se verificado que os utentes apresentaram de um modo geral manutenção da amplitude articular e uma evolução positiva da força muscular durante o internamento. Em alguns movimentos verificou-se um aumento da amplitude articular, principalmente entre a admissão e a primeira semana. No entanto entre a primeira semana e a segunda semanas verificou-se uma pequena diminuição em alguns deles. A média da força, segundo a escala de Council, no primeiro dia foi de 3,12 com desvio padrão de 0,7 sendo que a média no quarto dia foi de 4 com desvio padrão de 1,07.
A implementação de um programa de reabilitação precoce na articulação do ombro neste tipo de doentes demonstrou ser benéfico na prevenção das consequências da imobilidade a que estes doentes estão sujeitos, melhorando a mobilidade e prevenindo o aparecimento de dor no mesmo.