Validação da versão Portuguesa do Addenbrooke Cognitive Examination-III numa amostra de participantes saudáveis e com défice cognitivo ligeiro
Abstract
Backgroung: A deterioração ligeira da memória e de outras funções cognitivas é, desde há muito tempo, aceite como uma parte normal do envelhecimento. O DCL é uma entidade clínica que se carateriza por um estado de transição entre o envelhecimento dito normal e o envelhecimento patológico. A avaliação funcional destes doentes é imprescindível para a realização do diagnóstico rigoroso e precoce de DCL.
Objetivos: O presente estudo tem como objetivos: Determinar a consistência interna do ACE-III; Determinar a validade discriminativa (sensitividade e especificidade) da prova comparando-a com a de outra prova comumente utilizada (o Montreal Cognitive Assessment) na deteção de defeito cognitivo ligeiro; Determinar a validade concorrente e a validade divergente do ACE-III.
Métodos: O estudo envolveu uma amostra de 29 doentes com diferentes tipos de DCL e 32 participantes cognitivamente incólumes. Em conjunto com o ACE-III, foram aplicados o Montreal Cognitive Assessemente (MoCa) e a Geriatric Depression Scale (GDS).
Resultados: O ACE-III apresenta um valor de consistência interna razoável (α=.795). Constatamos que a área sob a curva dos dois testes é significativa, embora seja superior no ACE-III.
Conclusão: Este estudo mostra que a versão Portuguesa do ACE-III é capaz de detectar pacientes com comprometimento cognitivo no DCL e de diferenciá-los de pacientes sem comprometimento cognitivo baseado no seu estado cognitivo geral.