dc.description.abstract | A necrose pulpar de dentes imaturos permanentes, implica a interrupção da
formação de raízes e posteriormente o seu fechamento apical. Como escolha de um
material obturador endodôntico ideal, é a própria polpa assintomática vital, ainda hoje
considerada uma opção de tratamento bem sucedido. Quando não é possível, surge então
a necessidade de implementar uma terapia, designada apexificação para alcançar a
obturação definitiva do canal e o sucesso depende da cooperação do paciente jovem. Estes
procedimentos clínicos envolvem a colocação de um material dentário, diretamente sobre
os tecidos ou em contato direto com os tecidos orais periapicais. O objetivo final é promover
a cicatrização e a função do dente. O “Mineral Trioxide Aggregate” (MTA) é considerado
uma alternativa promissora nestes casos, para a formação de uma barreira apical,
apresentando uma alta taxa de sucesso quando utilizado como material de obturação.
Contudo, alguns autores consideram existir algumas desvantagens do MTA, especialmente
relacionadas com a manipulação, o manuseamento, o elevado custo e a descoloração dos
dentes. Assim sendo, recentemente foram introduzidos em endodontia, materiais à base de
Biocerâmica, principalmente como cimento de reparação e como cimento endodôntico.
Neste âmbito, foi realizado um trabalho de revisão bibliográfica “Biocerâmica como Futuro
do MTA”.
Objetivos: Este estudo tem como objetivo, descobrir se o material biocerâmico é uma
alternativa viável ao MTA como material de reparação endodôntico e inclusivé ser capaz de
colmatar algumas desvantagens do mesmo.
Metodologia: Realizada através do acesso online à base de dados PubMed e do repositório
ResearchGate, através do motor de busca Google. Os artigos analisados foram publicados
desde 2007 até 2015, incluindo um artigo de 1995, em língua inglesa. Tendo sido efetuada
a busca com as seguintes palavras-chave: “MTA”; “Mineral Trioxide Aggregate”; “MTA apical
plug”; “MTA marginal adaptation”; “MTA apexification”; “MTA Root Canal”; “Bioceramic Root
Repair Material”; “Endodontics”; “Bioceramics”; “Bioceramics in Endodontics”;
“Endosequence Root Repair”.
Discussão: O MTA tem sido alvo de variados estudos, nas suas vastas aplicações clínicas e
na tentativa de melhorar a sua manipulação; pois pode resultar numa falha da adaptação e
de extrusão acidental deste material.
A Biocerâmica foi introduzida na prática diária de Odontologia, como sendo um material
inovador devido à sua apresentação, manuseamento (pronto a usar), selamento e por
apresentar caraterísticas superiores de biocompatibilidade e forte atividade antibacteriana.
Com um tempo de “presa” mais curto e uma consistência uniforme na sua aplicação, pode
fornecer uma alternativa útil ao MTA e com melhor comportamento.
Ambos os materiais são biocompatíveis e apresentam uma excelente capacidade de
selamento, quando utilizados como material retrobturador.
Conclusão: Com este estudo conhecemos ao pormenor, o tão curioso MTA e através das
suas poucas desvantagens, descobrimos que a Biocerâmica é uma alternativa viável; sendo
um novo material que apresenta as mesmas propriedades do MTA mas com maior
amplitude a nível do seu manuseamento e da sua aplicação. Apresenta-se em forma de
seringa e pré-misturado, com partículas mais reduzidas e tornando-se assim mais fluído,
obtendo um selamento mais eficaz e com maior longevidade. | pt_PT |