Síndrome da Boca Ardente
Abstract
Introdução: A Síndrome da Boca Ardente (SBA) é caraterizada pela presença de sensação de ardor intraoral ou disestesia sem nenhuma lesão clinicamente evidente. Ocorre mais frequentemente na língua e pode ser acompanhada por xerostomia e disgeusia. Afeta maioritariamente as mulheres pós-menopáusicas. O diagnóstico, a identificação da etiopatogenia e a implementação de um plano de tratamento são muito desafiantes.
Objetivos: Rever as características clínicas, a epidemiologia e a classificação da SBA. Salientar a dificuldade clínica de identificar a etipatogenia, de diagnóstico e da instituição de um plano de tratamento eficaz. Evidenciar o papel do médico dentista na abordagem destes doentes.
Metodologia: Foi efetuada uma pesquisa bibliográfica nas bases de dados PubMed, BVS e Scielo, com as palavras-chave: “Burning Mouth Syndrome”, “Glossalgia”, “Stomatodynia”, “Xerostomia” e “Dysgeusia”. Foram obtidos um total de 27258 artigos dos quais se selecionaram 49.
Discussão: A debilidade do suporte científico e a falta de critérios de diagnósticos precisos e universalmente aceites juntamente com a complexidade, a etiopatogenia desconhecida e a etiologia multifatorial da SBA tornam o seu diagnóstico e a identificação da sua origem num verdadeiro desafio na prática clínica. No que diz respeito ao plano de tratamento, ainda não foi identificada uma modalidade terapêutica que seja totalmente eficaz para a maioria dos doentes. O médico dentista constitui uma segunda escolha para o diagnóstico e tratamento da SBA, contudo tem a obrigação de saber optar pela conduta mais adequada no caso do aparecimento deste quadro sintomatológico.
Considerações finais: Concluiu-se que esta condição continua a ser enigmática no que diz respeito à etiopatogenia, ao diagnóstico e ao plano de tratamento. Em termos de suporte científico, será necessário a realização de mais estudos para uma melhor compreensão da SBA. Educacionalmente, deverão ser reunidos esforços para alertar os profissionais de saúde para esta síndrome. O médico dentista, apesar de ser uma segunda escolha para os doentes, tem a obrigação de saber diagnosticar e tratar esta síndrome de forma adequada. Tendo em conta a complexidade desta patologia deverá ser instituída uma abordagem multidisciplinar