Branqueamento Dentário e Risco de Cancro Oral
Abstract
O branqueamento dentário tornou-se um tratamento estético muito solicitado nos consultórios dentários.
A fim de se obter branqueamentos mais efetivos e com maior rapidez, as concentrações do agente branqueador foram aumentando, sendo o principal princípio ativo o peróxido de hidrogénio. Apesar do alto sucesso clínico observado com este procedimento, alguns efeitos adversos foram relatados, como sensibilidade dentária e irritação gengival. Atualmente existe uma outra preocupação relevante como a capacidade do peróxido de hidrogénio desenvolver lesões pré-malignas, especialmente quando usado incorretamente.
A maioria da terapêutica medicamentosa apresenta efeitos adversos e os agentes branqueadores não são exceção, pois afetam a estrutura dentária o os tecidos moles tanto na mucosa oral como na mucosa gastrointestinal. Estes agentes branqueadores parecem atuar como promotores na carcinogénese química oral, potenciando os efeitos induzidos por outros agentes carcinogénicos iniciadores como o tabaco e o álcool.
A 31 de Outubro de 2012, a União Europeia entrou em vigor uma normativa que limita o uso do peróxido de hidrogénio e o peróxido de carbamida, referindo que todos os produtos de branqueamento dentário passam a estar regulados sob a denominação de “produtos cosméticos”, permitindo somente concentrações entre 0,1% e 6% de peróxido de hidrogénio, administradas exclusivamente por clínicas dentárias, sendo que a venda livre apenas pode ser realizada com concentrações inferiores 0.1%.(Anexo A)