Genética na Doença periodontal
Abstract
Estamos a viver uma época onde se estão a desvendar uma série de paradigmas, porque atravessamos os limites do conhecimento científico que nos conduz a uma medicina mais preditiva e personalizada, que se pode considerar desde as nossas particulares bases genéticas e epigenéticas. Tendo em consideração que a placa bacteriana é o fator etiológico primário da patogénese da periodontite, a sua presença não pode explicar a enorme variação da doença na população. O estudo do padrão hereditário e algumas desordens genéticas em relação com a periodontite podem ajudar a compreender o papel dos fatores de risco genéticos para a doença. A predisposição genética é mais provável na periodontite de aparecimento precoce do que na periodontite crónica do adulto. Além disso, foi identificado um genótipo específico polimórfico da interculina –1 como um marcador genético para identificar indivíduos que poderiam sofrer de periodontite grave. O estudo dos fatores genéticos abre a possibilidade de maior sucesso no controle e prevenção de maneira individualizada da doença periodontal. Hoje em dia sabemos que os principais motivos que originam a doença periodontal são determinadas bactérias patogénicas, que, quando se instalam na cavidade oral e colonizam o sulco gingival, dão início à resposta imune correspondente. Embora o ambiente desempenhe um papel essencial no desenvolvimento, prognóstico e evolução das doenças periodontais, no caso da periodontite existe um alto componente genético, aproximadamente de 50%.