Estudo da Relação de Caninos Maxilares Inclusos Por Palatino e Deformações Dento-Esqueléticas
Abstract
Os caninos maxilares têm um papel importante no estabelecimento e manutenção da forma e função da dentição. Depois do terceiro molar, o canino maxilar é o dente com maior probabilidade de inclusão, tendo uma prevalência de 1-3%. A sua incidência é mais comum no género feminino, sendo que aproximadamente 85% das vezes encontra-se incluso por palatino e apenas 15% por vestibular. Anomalias dentárias, tais como agenesias e microdontias dos incisivos laterais superiores são das características mais observadas em indivíduos com canino maxilar incluso por palatino.
Objetivos: Avaliar a relação entre o canino maxilar incluso por palatino com anomalias dentárias e esqueléticas. Avaliar a largura mesio-distal dos incisivos superiores em indivíduos com canino maxilar incluso por palatino.
Materiais e Métodos: A amostra total é composta por 29 indivíduos de nacionalidade portuguesa, portadores de pelo menos um canino maxilar incluso por palatino, de ambos os géneros, com idades compreendidas entre os 10 e 41 anos, constituindo o grupo 1. Desta amostra, 20 indivíduos integraram um novo grupo com caninos maxilares inclusos por palatino unilaterais e sem agenesias do incisivo lateral superior, formando o grupo 2. Foram utilizadas ortopantomografias, telerradiografias de perfil, modelos de estudo e fotografias intra-orais. O estudo cefalométrico foi realizado através do software Dental Studio - Nemoceph®. Na análise estatística utilizamos o software do SPSS.
Resultados/Conclusão: No grupo 1, o género feminino é o mais prevalente, o lado da inclusão mais frequente é o direito, o biótipo facial normodivergente e a classe I esquelética são mais prevalentes, no entanto, sem significância estatística, as anomalias dentárias observadas foram as agenesias do segundo pré-molar, incisivo lateral superior e inferior, e as microdontias do incisivo lateral superior. Não foram observadas transposições, supranumerários e outras inclusões.
Relativamente à largura mesio-distal dos incisivos centrais e laterais superiores verificou-se que na hemiarcada com canino maxilar incluso por palatino, a largura mesio-distal é menor. Sendo apenas estatisticamente significativo nos incisivos centrais superiores (p<0,05).