Piezocirurgia versus instrumentos rotatórios em terceiros molares mandibulares impactados.
Abstract
A erupção dos terceiros molares mandibulares ocorre, normalmente, entre os 17 e os 21 anos de idade, porém, estes são dos dentes com maior taxa de impactação. Esta impactação pode levar a diversas complicações tais como cáries, quistos, reabsorções radiculares, entre outras.
A osteotomia é inevitável na extração dos terceiros molares mandibulares quando estes estão parcial ou totalmente recobertos por osso. Para isso, têm vindo a ser usadas diversas técnicas, como a piezocirurgia e a utilização de instrumentos rotatórios.
Esta revisão tem como objetivo avaliar as características, vantagens e desvantagens entre a piezocirurgia e a utilização de instrumentos rotatórios na extração de terceiros molares mandibulares impactados, considerando, por exemplo, o tempo de cirurgia, a lesão nos tecidos adjacentes, o edema, o trismo e a dor no período peri-operatório e pós-operatório.
As características de cada instrumento, assim como a gravidade e a frequência das complicações, quer durante ou após a cirurgia, podem influenciar o operador a escolher uma técnica em detrimento de outra, de forma a minimizar as repercussões da cirurgia. A velocidade de corte, a temperatura, o ruído e a pressão gerada pelo instrumento são algumas dessas características. O grau de edema, a possível lesão de estruturas anatómicas durante a cirurgia, o trismo e a dor no período pós-operatório são exemplos das complicações que podem influir na escolha da técnica.
Apesar de não haver unanimidade em relação à melhor técnica e da sua escolha depender da preferência de cada operador, a piezocirurgia parece apresentar mais vantagens que os instrumentos rotatórios, quer em termos de atributos do próprio instrumento como nas repercussões que a cirurgia pode trazer. No entanto, são necessários mais estudos, com protocolos standardizados, de forma a definir um “gold-standard”.