Avaliação das dimensões em dentes molares mandibulares humanos para a estimativa da estatura em contexto forense
Abstract
A estatura é um dos principais parâmetros na determinação do perfil biológico em contexto forense, podendo ser estimado a partir de restos esqueletizados ou altamente degradados. Atualmente, os métodos mais precisos para estimar a estatura são os que recorrem aos ossos longos, mas estes por vezes podem estar ausentes ou fragmentados. Quando apenas se encontra o crânio, parcial ou completo, podemos recorrer à dentição para determinar este parâmetro. As estruturas dentárias são importantes, sobretudo na identificação dos indivíduos, porque estas estão bem protegidas na cavidade oral e são bastante resistentes a fenómenos extremos. Na impossibilidade de se fazer uma identificação pela análise dentária, os dentes podem ser importantes para auxiliar na determinação dos parâmetros do perfil biológico.
O objetivo deste estudo é correlacionar as dimensões dos primeiros molares mandibulares com o comprimento fisiológico do fémur e elaborar uma fórmula que permita a estimativa da estatura a partir destes dentes. Para o efeito recorreu-se à Coleção de Esqueletos Identificados (século XX) do Departamento das Ciências da Vida da Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (CEI). Foram analisados 136 indivíduos (78 masculinos e 58 femininos entre os 18 e os 59 anos). Analisou-se estatisticamente a correlação entre as medições escolhidas (distância bucolingual, mésiodistal e o diâmetro mésiodistal do talonídeo com o comprimento fisiológico do fémur. Finalmente concluiu-se que apesar de existir uma correlação lineal positiva no caso da distância bucolingual (r=0.22) e mésiodistal (r= 0.21) dos molares, o poder de previsão do comprimento fisiológico do fémur é baixo.