Pigmentação Dentária Extrínseca Negra
Abstract
A alteração de cor pode ocorrer nos dentes decíduos e permanentes das crianças de duas formas distintas: por fatores intrínsecos ou extrínsecos. As manchas intrínsecas correspondem a alterações de cor que podem estar relacionadas com vários fatores, tais como: fatores sistémicos, fatores genéticos, defeitos congénitos, falhas no metabolismo pré-natal, fluorose dentária, ingestão de medicamentos, entre outros. Estas manchas não podem ser removidas sem que exista uma alteração na estrutura do dente.
No que diz respeito à alteração de cor por fatores extrínsecos, o seu aparecimento deve-se sobretudo à alimentação, ingestão de medicamentos e à presença de certas bactérias na microflora oral. Estes fatores promovem a formação de depósitos que ficam aderidos à superfície do esmalte e que podem ser removidos sem que a estrutura do dente seja alterada.
A coloração dentária extrínseca do tipo negra apresenta-se com maior frequência na dentição decídua, podendo também prolongar-se até à dentição mista e permanente. Este tipo de pigmentação constituí muito precocemente uma condicionante estética significativa na vida dos indivíduos que a possuem.
Etiologicamente são as bactérias do tipo cromogénicas, como a Prevotella melaninogénica, que têm sido relacionadas com a pigmentação negra.
Clinicamente, as crianças que possuem este tipo de pigmento negro parecem apresentar uma tendência para uma baixa prevalência de cárie dentária, isto pode acontecer talvez pela microflora existente se encontrar alterada.
Para a remoção deste tipo de pigmento é necessário o uso de instrumentos mecânicos como o jato de bicarbonato, taças de polimento com pasta profilática ou raspagem com curetas. Como parece existir uma tendência para ocorrer recidiva deve se ter cuidado com o desgaste excessivo do esmalte dentário.