O uso da bola de Bichat no encerramento das comunicações oro-antrais
Abstract
O objetivo deste trabalho foi realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o uso da bola adiposa de Bichat no encerramento das comunicações oro-antrais. Avaliou-se a taxa de sucesso, as complicações pós-operatórias e as condições de cicatrização desta técnica, quando aplicada isoladamente ou em associação com outros procedimentos cirúrgicos.
Foi realizada uma pesquisa eletrónica na base de dados de PUBMED utilizando as seguintes palavras-chave: “fistula oro-antral”, “bola de Bichat”, “fistula”, “retalho”, “enxerto”
Os 16 estudos incluídos na revisão mostraram uma alta taxa de sucesso (>90%) no tratamento de fistulas superiores a 5mm. A epitelização do enxerto efetuasse após 3 a 6 semanas. A bola de Bichat pode ser associada a outros materiais para potencializar a osteoformação e a cicatrização do retalho. No entanto, a técnica apresenta algumas complicações tais como dor, trismo pós-operatório e edema.
O local recetor, a destreza do Médico-Dentista e o tamanho do retalho são fatores preponderantes no sucesso do fechamento da comunicação oro-antral. Anatomicamente a bola adiposa situa-se atrás do músculo bucinador e está rodeada por uma extensa rede sanguínea. Este suprimento vascular permite evitar quase sempre a necrose do enxerto, nomeadamente no caso de fistulas da zona póstero-superior, próxima do local doador.
Conclui-se que o encerramento de fistulas oro-antrais recorrendo a técnica da bola adiposa de Bichat apresenta uma alta taxa de sucesso. Apesar de atualmente estar em voga a utilização de PRF e aloenxertos, esta técnica, considerada antiga e relativamente pouco utilizada, apresenta inúmeras vantagens no caso de grande fistulas, sobretudo em odontopediatria.