Caracterização Morfológica dos molares mandibulares na população Portuguesa Potencial aplicação na identificação humana
Abstract
A Odontologia Forense é o ramo da Medicina Dentária que, em contexto legal, examina as evidências dentárias comparando os dentes aos registos dentários antemortem, de modo a obter a possível identificação do indivíduo. Em contextos forenses, o estudo dos dentes mandibulares pode ter particular relevância atendendo a que a mandibula, sendo a única peça móvel do crânio, pode ser encontrada isoladamente e é uma das estruturas anatómicas mais importantes para a diagnose sexual.
A dentição humana pode apresentar diversas variações nas suas estruturas morfológicas. Podendo-se traduzir a nível das cúspides e das raízes, nomeadamente no padrão de sulcos e forma das cúspides.
Inúmeros estudos têm sido realizados nas mais diversas populações mundiais, de modo a ser feito o levantamento das características morfológicas que caracterizam e individualizam as mais diversas populações.
Com base na análise intraoral e registo fotográfico, foi feita a recolha de dados acerca da morfologia dos molares mandibulares de pacientes da Clínica Universitária Filinto Batista, de modo a registar qual o padrão morfológico caracterizador da população Portuguesa contemporânea, bem como avaliar a sua potencial relação na diagnose sexual e na determinação da afinidade populacional.
Assim, observou-se uma predominância de padrão Y5 no 1º molar, e +4 no 2º molar. Verificou-se ainda uma relação estatisticamente significativa entre o número de cúspides e o sexo no caso do segundo molar mandibular direito. No entanto, dada a limitação da amostra, seria importante aprofundar este estudo, de forma a confirmar os resultados observados.