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dc.contributor.authorRocha, Juliana Lopes da
dc.date.accessioned2014-12-18T15:04:59Z
dc.date.available2014-12-18T15:04:59Z
dc.date.issued2014
dc.identifier.urihttps://repositorio.cespu.pt/handle/20.500.11816/358
dc.identifier.urihttp://hdl.handle.net/20.500.11816/358
dc.description.abstractA Depressão pós-natal (DPN) foi estudada sobre o ponto de vista das suas causas, natureza e consequências. No entanto, os seus efeitos a longo prazo sobre a saúde mental das famílias ainda não foram suficientemente aprofundados e emergem como uma questão interessante para analisar. A principal hipótese deste estudo é: Mães, pais ou casais, com morbilidade psiquiátrica, devido à depressão pós-natal, apresentam filhos com maiores dificuldades, a nível do desenvolvimento cognitivo e ajustamento psicossocial, do que mães, pais ou casais que não têm DPN. Objetivos: Perceber a influência das variáveis preditoras da DPN, na mulher e no homem; averiguar a concordância de diagnóstico de depressão no casal; relacionar a DPN na mulher, no homem e no casal com as variáveis da criança (desenvolvimento mental e ajustamento psicossocial); e compreender o efeito da DPN da mãe, do pai e do casal na criança e definir perfis de risco, para a morbilidade física, o desenvolvimento cognitivo (DC) e o ajustamento psicossocial (APS) da criança. Métodos: Participantes: Este estudo inicialmente era constituído por 198 mulheres (75 com anterior diagnóstico de depressão e 123 sem historial de depressão), 152 companheiros (33 com diagnóstico anterior de depressão e 119 sem historial de depressão) e 198 crianças. Os participantes foram acompanhados desde as 37 semanas de gravidez até aos 12 meses após o parto, tendo-se realizado 4 avaliações em momentos distintos (37 semanas de gestação, 2 semanas pós-natal, 6 semanas pós-natal e 12 meses pós-natal). Recentemente, após 6 anos do início do estudo, realizou-se uma 5ª avaliação, constituída por 97 mulheres (idade média 35,8 anos ± 4,3), 60 companheiros (idade média 37,5 anos ± 4,7) e 95 crianças (45 do género feminino e 50 do género masculino) (idade média 68,4 meses ± 3,6). O estado de saúde e o ajustamento psicossocial dos participantes foram avaliados. Assim como o desenvolvimento cognitivo, no caso das crianças. Instrumentos de Avaliação: No início do estudo foram administrados diversos questionários, nomeadamente, a entrevista psiquiátrica - SADS- L, o questionário sobre depressão - EPDS, o questionário sobre depressão e ansiedade - HADS, o inventário sobre personalidade - EPI, a escala sobre otimismo - LOT-R, a entrevista sobre acontecimentos de vida recentes – PAYKEL, o questionário sobre suporte social - SSNI e a escala de classificação social da família – Graffar. Na 5ª avaliação foram administrados a SADS-L e os questionários HADS e EPDS aos pais. Tendo sido também inquiridos sobre o apoio social, eventos estressantes e outras informações sobre a família. As informações demográficas, clínicas e psicossociais sobre os pais e os dados sobre a saúde física dos filhos, o desenvolvimento psicomotor e cognitivo, ao longo dos 6 anos, foram obtidas a partir das avaliações anteriores e também a partir das versões de ASEBA, o CBCL e o C-TRF (sobre o APS da criança) e da Escala de Griffiths (quanto ao DC). Resultados: Ao longo dos 6 anos de estudo, verificou-se que a prevalência da depressão, na gravidez, foi de 35% nas 198 mulheres e 8% nos 152 homens. Após 2 semanas pós-natal, foi de 59% nas 198 mulheres e 26% nos 150 homens, sendo o período no qual a DPN foi mais elevada. Decorridos 6 semanas pós-natal, 36% das 197 mulheres e 8% dos 148 homens tinham DPN. Aos 12 meses pós-natal, a percentagem de DPN era de 53% nas 176 mulheres e 17% nos 139 homens. Após 6 anos pós-natal, 22% das 97 mulheres e 2% dos 60 homens participantes apresentaram depressão. Relativamente às características da mulher quando associadas com a DPN, foi possível verificar uma associação positiva entre DPN e a DP durante a gravidez (OR ajustado=46,87; IC95%: 4,20-522,50), ansiedade anterior à gravidez (OR ajustado=13,86; IC95%: 2,35-81,83) e ansiedade 2 semanas pós-natal (OR ajustado=4,71; IC95%: 1,32-16,85). As mulheres de classe social III, segundo classificação de Graffar, têm 78% menos probabilidade de ter depressão pós-natal do que as mulheres das outras classes sociais (OR ajustado=0,22; IC95%: 0,05-0,95). Quantos aos homens fumadores (OR=2,19; IC95%: 1,01-4,78),e também aos que tem características neuróticas (OR=3,51; IC95%: 1,17-10,51) têm maior probabilidade de ter DPN. Existe uma associação significativa positiva entre DPN no homem e a depressão antes da gravidez (OR=5,35; IC95%: 1,39-20,55), a ansiedade anterior à gravidez (OR=3,70; IC95%: 1,71-7,98) e de ansiedade 2 semanas pós-natal (OR=5,97; IC95%: 2,60-13,69). A ansiedade anterior à gravidez na mulher mostrou-se positivamente associada com a depressão pós-natal no homem (OR=3,31; IC95%: 1,55-7,04). Porém, ao ajustar os Odds ratio para as variáveis significativas, não se verificaram associações com a depressão pós-natal no homem. Através da regressão linear, verificou-se uma associação entre a depressão pós-natal, no homem, na mulher separadamente e no casal, relativamente às variáveis da criança. No ajustamento psicossocial (CBCL) pode-se verificar que o diagnóstico de DPN na mulher está associado a um aumento na reatividade emocional da criança. A ocorrência de DPN no casal está associada a um aumento dos problemas somáticos da criança. Enquanto a DPN na mulher está associada a um aumento dos comportamentos agressivos da criança, dos comportamentos globais do CBCL. No desenvolvimento cognitivo da criança (Griffiths) verificaram-se diferenças estatisticamente significativas no nível de desenvolvimento “locomotor” quando comparado com a DPN do homem (p=0,001) e com a DPN no casal (p=0,047). Discussão: A prevalência da DPN foi mais acentuada na 2ª semana pós-natal, tal como descrito em estudos anteriores, correspondendo ao período em que a perturbação se inicia. Quanto aos determinantes da depressão, quer da mulher quer do homem vão de encontro ao descrito anteriormente, por Kheirabadi, et al., 2009; Areias, M.E., Kumar, R., Barros, H., & Figueiredo, E., 1996; gravidez não planeada, complicações no pós-parto, depressão e ansiedade anterior à gravidez, depressão e ansiedade durante a gravidez e acontecimentos de vida negativos. No que diz respeito à relação entre a DPN dos pais e as implicações nos filhos, uma criança aos 6 anos que teve uma mãe com DPN tem um aumento significativo na reatividade emocional e nos comportamentos a nível geral, quando comparada com uma criança com uma mãe sem DPN. Segundo Avan, B., Richter, L.M., Ramchandani, P.G. Norris, S., & Stein, A. (2010), a depressão pós-natal materna está associada a problemas de comportamento da criança, que surgem mais tarde, independente do nível socioeconómico da família. Quando a criança que teve os dois pais com DPN, tem um aumento significativo nos problemas somáticos quando comparada com uma criança que teve ambos os pais sem DPN. Verificou-se também a nível do desenvolvimento, que crianças cujo pai ou o casal apresentaram DPN pior é o desenvolvimento locomotor aos 6 anos de idade, comparativamente com crianças cujos pai ou casal não apresentaram DPN. Conclusão: O surgimento de depressão e ansiedade antes ou durante a gravidez parece ser os determinantes mais relevantes da DPN. A DPN é muitas vezes grave e de longa duração, além disso, os nossos resultados sugerem que o seu efeito é duradouro sobre a saúde mental no casal e na PSA e CD das criançaspt_PT
dc.language.isopor
dc.rightsinfo:eu-repo/semantics/openAccess
dc.subjectDepressão pós-natalpt_PT
dc.subjectPerturbações psicopatológicaspt_PT
dc.subjectAjustamento psicossocialpt_PT
dc.subjectDesenvolvimento cognitivopt_PT
dc.subjectMulherespt_PT
dc.subjectHomenspt_PT
dc.subjectCriançaspt_PT
dc.titleDepressão pós-natal - morbilidade psiquiátrica no casal, desenvolvimento congnitivo e ajustamento psicossocial na criançapt_PT
dc.typeinfo:eu-repo/semantics/masterThesis
dc.identifier.tid201040646


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