A potencial relação entre a Periodontite e a doença de Alzheimer
Abstract
A periodontite é uma patologia constituída por um biofilme polimicrobiano significativo. A sua progressão é percetível pela destruição e pela inflamação sistémica e local crónica. Se não for tratada pode conduzir à destruição dos tecidos de suporte do dente e, em último caso, à perda do mesmo. Desta forma, a periodontite relaciona-se com o elevado edentulismo.
Por outro lado, a doença de Alzheimer é uma condição neurodegenerativa, que corresponde à causa mais comum de demência. É reconhecida por lesões pantognómicas de atrofia cerebral progressiva e pela inflamação e degeneração neuronal observadas no tecido cerebral. Caracteriza-se, também, pelo comprometimento gradual de vários domínios cognitivos. O sintoma cardinal desta doença é a perda de memória episódica. Esta patologia corresponde a um “continuum”, em que a primeira alteração patológica ocorre décadas antes do início da demência.
Quanto à terapia utilizada na doença de Alzheimer, esta pode ser dirigida ao tratamento dos sintomas através de tratamentos farmacológicos ou através de outras terapias não medicamentosas, na tentativa de adiar a sua inevitável progressão. Na verdade, a inexistência de um tratamento efetivo faz com que haja uma enorme urgência em identificar possíveis fatores de risco, para impedir o início ou a progressão da doença.
Neste sentido, a Periodontite tem sido apontada como uma potencial candidata no desenrolar da doença de Alzheimer. Pacientes que possuem estas enfermidades, muitas vezes partilham características, como idade avançada, inflamação e múltiplos fatores de risco.
Assim, na tentativa de relacionar estas duas patologias, têm surgido inúmeros estudos, alguns dos quais reportam resultados bastante interessantes e pertinentes.