Nanopartículas na desinfeção endodôntica
Abstract
O principal objetivo do tratamento endodôntico é a eliminação completa e prevenção de microorganismos do sistema de canais radiculares, no entanto a complexidade anatómica do sistema de canais radiculares e a persistência de agentes patogénicos aos irrigantes convencionais dificulta o alcance desse objetivo.
Na irrigação convencional, o hipoclorito de sódio é o irrigante de eleição, porém existem desvantagens como a sua citotoxicidade, o risco de extrusão, bem como a impossibilidade do mesmo de atingir todas as áreas dos sistemas de canais radiculares.
As nanopartículas contribuem, direta e indiretamente, para melhorias na desinfeção dos canais radiculares, resultando numa diminuição da persistência de microrganismos e um aumento do alcance de áreas inacessíveis aos irrigantes convencionais. Deste modo, vários estudos têm vindo a demonstrar a eficácia das nanopartículas na irrigação endodôntica.
Esta revisão sistemática integrativa tem como objetivo revisar e comparar as principais nanopartículas utilizadas na desinfeção endodôntica bem como a sua eficácia antimicrobiana.
Discutiu-se os estudos existentes entre o uso de nanopartículas orgânicas, inorgânicas e bioativas não orgânicas na irrigação endodôntica, demonstrando a utilidade das suas propriedades antimicrobianas.
Conclui-se que as nanopartículas têm mostrado resultados promissores contra vários microrganismos patogénicos, uma vez que melhoram a eficácia do efeito terapêutico de produtos farmacêuticos pela produção de biodisponibilidade de drogas, estabilidade sérica, farmacocinética mais favorável, melhor penetração e permitem a libertação lenta e controlada dos compostos ativos nos locais-alvo, sendo estes os fatores mais eficazes no comportamento antimicrobiano quando comparados com seus equivalentes convencionais.