Aplicação remota do Mini-Addenbrooke´s Cognitive Examination: Estudo piloto
Abstract
Introdução: A avaliação neuropsicológica à distância tem-se revelado como um meio para atenuar as barreiras no acesso a serviços especializados, tendo o potencial de os expandir para áreas carenciadas e diminuir as limitações geográficas e de mobilidade.
Objetivos: O objetivo central é a comparação da aplicação presencial e através de videoconferência do Mini – Addenbrooke’s Cognitive Examination (MACE). Secundariamente, pretende-se avaliar a influência de variáveis sociodemográficas, neuropsicológicas e de sintomas depressivos na variância do desempenho no MACE.
Métodos: A amostra é constituída por indivíduos com mais de 65 anos. Foi administrado o MACE presencialmente e por videoconferência de forma cruzada e randomizada, com um intervalo médio de 2 semanas entre aplicações. Presencialmente foram também administradas outras provas neuropsicológicas.
Resultados: O teste dos postos sinalizados de Wilcoxon para amostras relacionadas, não identificou diferenças de resultados entre as duas formas de aplicação do MACE (T=24; erro padrão=12,69; p=.238). O coeficiente de correlação interclasse entre as duas formas de aplicação é significativo (ICC=.819; p=.003). A confiabilidade é boa (α=.810). O MACE não apresentou correlações com outras variáveis.
Conclusões: A aplicação à distância do MACE demonstra características similares à aplicação presencial, revelando-se como um instrumento confiável para o uso em contexto de teleneuropsicologia. O desempenho remoto na prova não foi influenciado pela dimensão do monitor, velocidade de ligação ou perturbação da ligação, pelo que se afigura como um método seguro para avaliação neurocognitiva à distância. Introduction: Remote neuropsychological assessment has proven to reduce barriers to accessing specialized services, with the potential to expand them to areas in need and to reduce geographic and mobility limitations.
Aims: The central aim is to compair the application in person and through videoconference of the Mini - Addenbrooke's Cognitive Examination (MACE). Secondarily, we intend to assess the influence of sociodemographic and neuropsychological variables and depressive symptoms on MACE performance.
Methods: The sample consists of individuals over 65 years old. MACE was administered face-to-face and via videoconference in a cross-over and randomized manner, with an average interval of 2 weeks between applications. Other neuropsychological tests were also administered in person.
Results: Wilcoxon's signed rank test for related samples did not identify differences in results between the two forms of MACE application (T=24; standard error=12.69; p=.238). The interclass correlation coefficient between the two forms of application is significant (ICC=.819; p=.003). Reliability is good (α=.810). MACE did not show correlations with other variables.
Conclusions: The remote application of the MACE demonstrates similar characteristics to the face-to-face application, proving to be a reliable instrument for use in the context of teleneuropsychology. Remote performance in the test was not influenced by monitor size, connection speed or connection disturbance, so it appears to be a safe method for remote neurocognitive assessment.