O sucesso e o acompanhamento dos implantes dentários em pessoas com doença autoimune. Revisão sistemática integrativa
Abstract
Introdução: As doenças autoimunes podem afetar a saúde bucal e o processo de osteointegração, comprometendo o sucesso dos implantes dentários. A literatura atual apresenta resultados contraditórios sobre a sobrevivência dos implantes nesses pacientes.
Objetivo: Avaliar a taxa de sucesso e o acompanhamento pós-operatório dos implantes dentários em pacientes com doenças autoimunes, como síndrome de Sjögren, diabetes mellitus tipo 1, líquen plano oral e artrite reumatoide.
Materiais e Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática nas bases de dados PubMed e Google Scholar (2015–2025), seguindo as diretrizes PRISMA e o modelo PICO. Foram incluídos onze estudos que abordavam a sobrevivência dos implantes, complicações e satisfação dos pacientes com doenças autoimunes.
Resultados: Foram analisados 11 artigos que atenderam aos critérios de inclusão. A maioria relatou altas taxas de sobrevivência dos implantes, comparáveis às de pacientes saudáveis. O diabetes tipo 1 foi associado a maior perda óssea marginal, enquanto a artrite reumatoide apresentou maior atividade inflamatória. O líquen plano oral em formas erosivas mostrou maior risco de complicações, apesar de boa taxa de sobrevivência. Pacientes com síndrome de Sjögren bem controlada demonstraram estabilidade dos implantes e melhora na qualidade de vida.
Discussão: Embora os resultados gerais sejam positivos, os desfechos variam conforme a doença. Controle sistêmico adequado e acompanhamento contínuo são essenciais. As doenças autoimunes não contraindicam os implantes, mas requerem estratégias clínicas específicas. A heterogeneidade metodológica limita a comparação entre os estudos.
Conclusão: Implantes dentários podem ser uma opção segura em pacientes com doenças autoimunes, desde que haja planejamento individualizado e seguimento multidisciplinar rigoroso. Introduction: Autoimmune diseases can affect oral health and the osseointegration process, potentially compromising the success of dental implants. The current literature presents conflicting results regarding implant survival in these patients.
Objective: To evaluate the success rate and postoperative monitoring of dental implants in patients with autoimmune diseases, such as Sjögren’s syndrome, type 1 diabetes mellitus, oral lichen planus, and rheumatoid arthritis.
Materials and Methods: A systematic review was conducted using the PubMed and Google Scholar databases (2015–2025), following PRISMA guidelines and the PICO framework. Eleven studies were included, addressing implant survival, complications, and patient satisfaction in individuals with autoimmune conditions.
Results: A total of 11 articles met the inclusion criteria. Most reported high implant survival rates comparable to those in healthy individuals. Type 1 diabetes was associated with increased marginal bone loss, while rheumatoid arthritis showed elevated inflammatory activity. Erosive forms of oral lichen planus posed a higher risk of complications, despite good implant survival. Well-controlled Sjögren’s syndrome cases demonstrated implant stability and improved quality of life.
Discussion: Although overall outcomes were favorable, they varied depending on the disease. Proper systemic control and continuous monitoring were essential. Autoimmune diseases are not absolute contraindications for dental implants but require specific clinical strategies. Methodological heterogeneity among studies limits cross-comparisons.
Conclusion: Dental implants can be a safe treatment option for patients with autoimmune diseases, provided there is individualized planning and multidisciplinary follow-up.