Gestão de pacientes medicados com anticoagulantes e anti plaquetários na cirurgia oral Uma revisão sistemática
Abstract
Introdução: A gestão de pacientes em cirurgia oral tratados com anticoagulantes/anti plaquetários exige um equilíbrio delicado entre risco hemorrágico e trombótico. Esses medicamentos, utilizados na prevenção de eventos cardiovasculares, interferem na hemostasia, aumentando o risco de hemorragia pós-operatória.
Objetivos: Analisar a influencia dos anticoagulantes e anti plaquetários na presença da hemorragia pós-operatória numa cirurgia oral.
Materiais e método: Realizou-se uma pesquisa avançada de dados na PubMed, Embase e Cochrane. Foram selecionados 18 artigos.
Resultados: A maioria dos estudos recomenda manter o tratamento com medidas locais de hemostasia. Em pacientes sob antagonista da vitamina K, o International Normalized Ratio deve ser inferior ou igual a 4.
Discussão: Os dados disponíveis indicam que a maioria das hemorragias pós-operatórias, mesmo em pacientes medicados, é leve e controlável com medidas locais simples. A Varfarina (anticoagulantes) está associada a um risco ligeiramente superior, especialmente quando substituída por heparina. Já os anticoagulantes orais diretos e os antis plaquetários mostram um perfil mais seguro. A complexidade da cirurgia influencia pouco a gravidade das complicações, sendo o tipo de tratamento e a qualidade da hemostasia local os principais determinantes do risco hemorrágico.
Conclusão: A cirurgia oral em pacientes sob anticoagulantes ou anti plaquetários é geralmente segura quando há avaliação prévia, manutenção do tratamento e aplicação rigorosa de medidas hemostáticas locais. O risco hemorrágico permanece baixo e controlável, enquanto a interrupção da medicação pode aumentar o risco tromboembólico. Introduction: The management of oral surgery patients treated with anticoagulants/antiplatelets requires a delicate balance between haemorrhagic and thrombotic risk. These drugs, used to prevent cardiovascular events, interfere with haemostasis, increasing the risk of post-operative bleeding.
Objectives: To analyse the influence of anticoagulants and anti-platelet drugs on post-operative haemorrhage in oral surgery.
Materials and method: An advanced data search was carried out in PubMed, Embase and Cochrane. Eighteen articles were selected.
Results: Most studies recommend maintaining treatment with local haemostasis measures. In patients on vitamin K antagonists, the International Normalised Ratio should be less than or equal to 4.
Discussion: The available data indicates that most post-operative haemorrhages, even in medicated patients, are mild and manageable with simple local measures. Warfarin (anticoagulants) is associated with a slightly higher risk, especially when replaced by heparin. On the other hand, direct oral anticoagulants and platelet antis show a safer profile. The complexity of the surgery has little influence on the severity of complications, with the type of treatment and the quality of local haemostasis being the main determinants of haemorrhagic risk.
Conclusion: Oral surgery in patients on anticoagulants or anti-platelet drugs is generally safe when there is prior assessment, maintenance of treatment and strict application of local haemostatic measures. The haemorrhagic risk remains low and manageable, while stopping the medication can increase the thromboembolic risk.