Epilepsia, dor e ansiedade
Abstract
Epilepsia é uma doença crónica de causas variadas e caracterizada pela
recorrência de crises devido a uma descarga excessiva dos neurónios cerebrais
associadas eventualmente com diversas manifestações clínicas.
Os sintomas associados às crises dependem da zona cerebral no qual ocorreu a alteração
da actividade eléctrica cerebral, todavia a principal dor associada a esta patologia está
relacionada com a discriminação e o preconceito associados à doença afectando o
comportamento e o bem-estar não só do doente, mas de todas as pessoas envolvidas.
Por tudo isto é frequente surgirem transtornos mentais associados à epilepsia.
A ansiedade, juntamente com a depressão são as alterações psiquiátricas mais
comuns que ocorrem em doentes com epilepsia.
Este estudo pretende avaliar a qualidade de vida e dor provocada pelo estigma
ainda existente na epilepsia, e verificar se o aumento de ansiedade pode levar a um
aumento de crises em doentes epilépticos e assim possibilitar um tratamento mais eficaz
nesta patologia. Para isso foi feito um estudo prospectivo de controlo em que
participaram doentes portadores de epilepsia, cuja amostra é de 90 doentes com idades
compreendidas entre 18 e 35 anos, de ambos os sexos. Foram distribuídos pelos
participantes dois questionários: QOLIE-89 e o SCL-90.
Os resultados do estudo sugerem que a epilepsia está associada à diminuição da
qualidade de vida, imposta muitas vezes pelos próprios doentes. Esta diminuição
aumenta quando associada ao aumento da frequência de crises.
Paralelamente verificamos o aumento de transtornos mentais associados à
doença e mais particularmente associado à frequência de crises.
Entre os dois tipos de epilepsia estudados não foram verificadas qualquer tipo de
alterações.