Viver a sexualidade na adolescência - preparar o amanhã
Resumo
As tomadas de decisão desinformadas na adolescência, período de vida definido pela OMS, WHO (1997), Ferreira (1996) e Neinstein, Juliani e Shapiro (1996) é compreendido entre os 10 anos e os 19 anos, levam a uma realidade particularmente preocupante, com 4052 gravidezes precoces, com 2284 IVG como meio de contraceção (DGS, 2011), um aumento das IST´s e do uso fútil e banal do corpo como resposta afetiva do momento (Matheus, 2007).
O grupo de trabalho inquieto com o destino, desenvolvimento e crescimento dos adolescentes, propôs-se estudar e intervencionar adolescentes de uma escola básica EB 2,3 de Eiriz, de Paços de Ferreira distrito do Porto, na faixa etária compreendida entre os 13 e 15 anos, dos oitavos anos de escolaridade, e realizar um estudo transversal a uma das dimensões da vida mais complexa da adolescência, a sexualidade. Dentro desta temática pretendemos despertar nos adolescentes um espírito crítico-reflexivo, para que tomem decisões informadas, com responsabilidade e autonomia. Para isso fomos identificar os conhecimentos destes adolescentes sobre a sexualidade e os valores humanos que lhe estão implícitos, utilizando para o efeito uma metodologia descritiva exploratória, cimentada no planeamento em saúde.
Para o diagnóstico, utilizamos um questionário, com perguntas maioritariamente fechadas de respostas simples e alternadas, estruturado em cinco partes principais conforme a temática a conhecer. Foram distribuídos em sala de aula aos 155 adolescentes que cumpriam os critérios de inclusão. A faixa etária definida, foi seleccionada indo de encontro às fases de desenvolvimento descritos por Piaget, referenciado por Giddens (2002).
Identificados e priorizados os problemas foram dirigidas sessões de formação e sensibilização na área das IST´s, nos diferentes tipos de métodos contracetivos e uma sessão interativa sobre valores humanos e a sua importância na vivência de uma sexualidade responsável, para dar resposta aos objetivos propostos, minimizando os problemas priorizados.
Foi ainda intuito do grupo potenciar as funções/competências do Gabinete de Apoio ao Jovem do agrupamento, que tem como premissas a educação para a saúde e sexualidade na adolescência, assim como conhecer as expetativas dos pais, tendo constatado que 64,7% dos jovens e respetivos familiares nos procurou por défices de conhecimento na alimentação (35,3%) e na área da sexualidade (29,4%).
Vimos cumpridos os objetivos propostos, resultado das intervenções nas sessões de informação e sensibilização, pois de uma forma geral verificou-se que em média 96% das questões de avaliação foram respondidas corretamente, logo os adolescentes parecem apresentar ganhos de conhecimento relativamente à sexualidade e aos valores humanos que lhe estão associados.
Não gostaríamos de terminar este planeamento em saúde sem assegurar que novas intervenções iriam ser continuadas, pelo que promovemos uma parceria entre a Unidade de Cuidados na Comunidade e a escola de Eiriz.