Alterações da mobilidade articular em crianças diabéticas tipo I dos 10 aos 18 anos do serviço de pediatria do Hospital de S. João
Resumen
A diabetes mellitus tipo I é uma doença metabólica crónica (Lamb, 2011), que tem vindo a aumentar em crianças cada vez mais jovens (Howard,2008), com especial incidência em < 5 anos. A esta patologia estão associadas várias complicações, sendo a limitação articular uma delas que pode ser já manifestada em adolescentes com diabetes mellitus tipo I.
Atendendo ao crescente número de casos de diabetes, em particular a diabetes tipo I e atendendo ao facto de a ela estarem relacionadas complicações como limitação da mobilidade articular, este estudo pretende analisar a prevalência das alterações da mobilidade articular em crianças diabéticas tipo I, dos 10 aos 18 anos, do Serviço de Pediatria do Hospital de S. João.
Equacionando que a diabetes condiciona a mobilidade articular, propusemos avaliar a limitação da mobilidade articular quando associada a fatores como a idade, género, índice de massa corporal (IMC) e valores de hemoglobina glicolisada (HgbA1c); verificar em que articulações a limitação é mais predominante.
Participaram neste estudo 26 crianças diabéticas, entre os 10 e os 18 anos de idade, com uma média de idades de 14,31 (dp=2,18) do Serviço de Pediatria do Hospital de S. João. Procedeu-se à elaboração de um questionário e de uma grelha de recolha de dados, na qual constavam elementos de cada participante – idade, género, cálculo do IMC, número do anos associados ao diagnóstico da patologia, controlo da HgbA1c, hereditariedade diabética, residência e etnia, questões do histórico articular assim como uma avaliação das amplitudes articulares.
Verificamos que a limitação articular atingiu uma prevalência de 92,3% na nossa amostra, e que a articulação onde se verificou maior limitação foi o cotovelo. Quando associamos a limitação articular aos diferentes fatores, observou-se não existir qualquer tipo de relação estatística significativa e o único fator que apresentou diferenças foi o género, sendo que o masculino se revelou mais prevalente na maior limitação articular.
Concluímos que a as crianças com diabetes mellitus tipo I revelaram uma prevalência de limitação articular muito elevada.