Independência funcional na pessoa amputada: contributos de um programa de reabilitação na independência funcional da pessoa amputada transtibial unilateral no pré e pós-amputação
Resumen
A amputação transtibial é a retirada de parte do corpo entre a articulação tibiotársica e
a articulação do joelho, também designada por amputação abaixo do joelho. A
amputação não deve ser considerada como o fim, mas sim o inicio de uma nova fase,
que tem como finalidade manter e/ou devolver a dignidade e funcionalidade da
pessoa.
Este estudo teve como objectivo geral conhecer os contributos de um programa de
reabilitação na independência funcional da pessoa amputada transtibial unilateral no
pré e pós-amputação. Tratou-se de um estudo exploratório descritivo, quantitativo,
realizado na Unidade de Angiologia e Cirurgia Vascular do Hospital de São João,
desde 18-02-2013 a 10-05-2013. A amostra constou de 8 pessoas que iriam ser
submetidas a amputação transtibial unilateral e apresentavam patologia vascular
periférica. O instrumento de colheita de dados foi constituído pelo: “Questionário de
avaliação da pessoa amputada transtibial”, que incluía, a avaliação sócio-demográfica
(aplicada no pré-amputação) e a avaliação do contexto clínico (aplicada no 2º dia de
pós-amputação); e a Escala de Medida de Independência Funcional (MIF), (aplicada
no pré-amputação, 2º e 4º dia de pós-amputação, apenas no domínio motor). O
Programa de Reabilitação para Amputados Transtibial (PRAT) incluiu 5 sessões de
reabilitação, divididas pelo pré e pós-amputação.
Os resultados sugerem: Este tipo de amputação ocorreu maioritariamente em homens
com idade superior a 65 anos, com hipertensão arterial, dislipidemia, diabetes mellitus
e tabagismo como fatores de risco; A etiologia resulta da associação de causas
infeciosas e isquémicas, com maior incidência no membro inferior direito; A amputação
era um acontecimento mutilante e interferia negativamente na independência funcional
das pessoas e na realização das AVD`s. O programa de reabilitação (PRAT) teve um
efeito positivo, a maioria das pessoas recuperou a independência funcional prévia à
amputação. Os resultados obtidos nas AVD`s foram: alimentação (87,5%), higiene
pessoal (50%), banho (37,5%), vestir metade superior (75%), vestir metade inferior
(37,5%), utilização da sanita (37,5%), controlo de esfínteres (75%),
mobilidade/transferências (37,5%) e marcha/cadeira de rodas (37,5%), subir/descer
escadas (0%).