Cuidados de enfermagem de reabilitação em pessoas que sofreram um acidente vascular cerebral isquémico. Impacto de um programa de reabilitação em contexto domiciliário
Abstract
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) continua a ser a primeira causa de morte em Portugal, representando uma das principais causas de mortalidade e morbilidade a nível mundial, sendo responsável pelo elevado índice de incapacidade e dependência funcional da população adulta portuguesa. É uma doença mais incapacitante do que mortal, que requer a institucionalização do doente a longo prazo, diminuindo a sua qualidade, causando elevados encargos a nível socioeconómico.
O estudo que realizámos foi desenvolvido numa Equipa de Cuidados Continuados Integrados da Zona Norte (ECCIZN) cujo principal objetivo é “Avaliar o impacto de um Programa de Enfermagem de Reabilitação no controlo da dor, capacidade funcional, coordenação motora e equilíbrio, em pessoas vítimas de um Acidente Vascular Cerebral Isquémico (AVCI), em contexto domiciliário”, após a alta hospitalar, utilizando a escala de face de dor, o Índice de Barthel (IB) e uma escala adaptada pelo autor da dissertação sobre a coordenação motora e o equilíbrio, tendo por base a escala de fugl-meyer. Face ao tema e aos objetivos do trabalho, o estudo desenvolvido é de caracter exploratório descritivo, utilizamos como instrumento de colheita de dados o questionário utilizando uma análise estatística descritiva e inferencial. O período de tempo em que decorreu o estudo foi entre 01 Novembro de 2011 a 29 Fevereiro 2012.
O estudo envolveu 8 doentes após alta hospitalar que ingressaram na ECCIZN, avaliados em três momentos distintos durante três meses em contexto domiciliário. A média de idades verificada foi 78,50 anos, sendo 62,5% de doentes do género masculino. Quanto ao tipo de AVCI sofrido, 62,5%, foi trombótico. Registou-se ainda que o lado da lesão predominante foi o hemisfério esquerdo (75,0%). Verificou-se que houve uma diminuição estatisticamente significativa da dor ao longo dos três momentos (p=0,001), de igual modo existe um aumento da evolução da capacidade funcional nos doentes (p=0,000), todas elas com um p <0,05.
Pudemos observar um aumento significativo na pontuação total do teste FuglMeyer, desde a avaliação inicial Programa de Enfermagem de Reabilitação em Contexto Domiciliário (PERCD) até ao fim do terceiro mês (p <0,05).