Depressão e ajustamento paternal na fase final de gravidez
Abstract
Nesta investigação estudou-se a Depressão e Ajustamento Paternal na fase
final da gravidez. Para tal seleccionou-se uma amostra composta por 200
homens, que coabitavam com suas esposas/mulheres/companheiras gestantes
multíparas e que se encontravam na 36ª semana de gravidez e a frequentar as
consultas externas de obstetrícia em centros de saúde de assistência materna
(Centro da Cambada, Centro da Graça e Centro Materno Infantil) em Benguela.
A recolha de dados foi feita individualmente onde cada participante depois de
ler atentamente os instrumentos, seguido de uma explicação minuciosa por
parte do investigador para uma melhor percepção dos variados itens de que
eram compostos os mesmos, e depois de se ter garantido a confidencialidade
de que se revestia o trabalho, preencheu os inquéritos na presença do
investigador.
Para possibilitar a recolha dos dados utilizamos um Questionário de
caracterização sócio-demográfica; o EPDS (Edinburgh Postnatal Depression
Scale) e um Questionário de Percepção da Paternidade.
Depois do trabalho de investigação realizado e analisado chegamos aos
seguintes resultados: a prevalência da depressão nos participantes do nosso
estudo durante a gravidez de suas esposas/companheiras é de 41,5%. Quanto
às variáveis sócio-demográficas: trabalho, planeamento da gravidez, ter luz e
água em casa e pretender ter mais filhos, concorrem significativamente para o
surgimento de sintomatologia depressiva, enquanto que o facto de viver ou não
com a mãe do bebé não tem influência sobre esta patologia. No que se refere
às percepções paternas, a ideia de vir a ser um bom pai, o desejo sexual, o
cheiro do corpo, a esposa ter ficado grávida, como será a vida depois do
nascimento do bebé, e as perturbações do sono estão associadas à
depressão.