Avaliação estudo e análise de impressões e prescrições, para a confeção de próteses fixas, enviadas pelos Médicos Dentistas ao Laboratório D
Résumé
Para que o sucesso de uma reabilitação oral, seja ela qual for, seja alcançado, é
necessário que o Médico Dentista e o Técnico do laboratório de prótese dentária
estabeleçam uma relação de trabalho baseada na comunicação clara e efetiva. No entanto
na prática clínica habitual, infelizmente, esta comunicação é desvalorizada, resultando
numa sucessão de mal entendidos que em nada beneficiam o trabalho final.
Objetivos: Avaliação, analise e estudo de modelos e de prescrições para a confeção de
próteses fixas, remetidos por 10 clínicas dentárias que enviaram os seus trabalhos ao
laboratório dentário Aix-Bierzo durante o ano letivo 2015/2016 mais precisamente entre
setembro e março.
Materiais e Métodos: 165 trabalhos foram fotografados a partir dos modelos de trabalho
em gesso e avaliados por um examinador durante as sucessivas fases necessárias para a
execução das próteses e também foram analisadas as prescrições correspondentes.
Utilizou-se o programa estatístico SPSS para Windows (versão 23), para a realização da
análise estatística dos dados obtidos.
Resultados: Relativamente ao conteúdo das prescrições, os dados obtidos mostram não
haver uma única prescrição 100% completa, o que nos remete para um incumprimento
legal dos requisitos estabelecidos a nível europeu ou nacional. A disposição de um
formato standardizado não ajuda a que a informação contida na mesma seja mais
completa, visto que não existe preenchimento cuidado de todos os campos de informação
pedidos na prescrição, em nenhum dos casos. Relativamente a qualidade dos modelos
positivados em gesso, 99% dos modelos apresentavam arrastos na impressão vazada a
gesso, 99% apresentavam poros nas faces oclusais ou nos cotos, 64,2% apresentavam
paralelismo aceitável entre cotos e 63,6% expunham a linha de terminação nos cotos.
Discussão: É de importância vital o cuidado com a toma de uma boa impressão e com
uma boa escolha do material de impressão, adequado ao trabalho a ser realizado, de
forma a evitar o aparecimento de bolhas ou arrastos que dificultem a leitura e o
entendimento pelo Técnico de laboratório. Deve-se ter em conta as propriedades físicas e
químicas dos materiais, como a fluidez, a definição, a recuperação elástica, a estabilidade
dimensional, a flexibilidade e a hidrofilia, ao selecionar o material mais adequado ao
trabalho a ser realizado. Como Médicos Dentistas temos de ter em consideração que os
técnicos de protese dentária só podem trabalhar com a informação que lhe transmitimos,
seja na prescrição seja através das impressões dentárias de qualidade.
Conclusão: Os resultados sobre a qualidade dos modelos de estudo apresentam uma
preocupante percentagem de casos em que o Médico Dentista não realizou qualquer
preparação na cavidade oral para efetuar a impressão, como sejam a utilização de
métodos de retração gengival (36%). 99% dos modelos em gesso apresentavam bolhas
ou arrastos de material de impressão. Concluiu-se pela amostra estudada que,
atualmente existem obstáculos que impedem a comunicação clara, eficiente e eficaz
entre o clínico e o laboratório de protese. A má qualidade da informação escrita nas
prescrições constitui o “gap” de comunicação entre estes 2 grupos profissionais.
Aplicações Clínicas: A cuidadosa reflexão sobre a comunicação entre Clínico e Técnico de
Laboratório melhora a qualidade final das reabilitações protéticas. Uma verdadeira
parceria beneficia o consultório, o laboratório e, principalmente, os pacientes.