Ocorrência da depressão pós-natal em pais de primogénitos com idade compreendida ente 3 a 6 meses
Abstract
Neste trabalho pretendemos compreender a importancia da ocorrência de
depressão no pós-natal no homem, bem como este percepciona as alterações
que ocorrem na sua vida resultantes do facto de ter sido pai pela primeira
vez. O estudo é transversal tendo sido administrada num único momento a
Edinburgh Posnatal Depression Scale (EPDS) e o Questionário de
avaliação de percepção parental, para detectar respectivamente a depressão
pós-natal no homem, bem como as suas percepções relativas às mudanças
da sua vida resultantes do seu novo papel: ser pai.
Para este efeito, consideramos uma amostra de 200 homens no período pósnatal
com idades compreendidas entre 16 e 34 anos, na condição de pais de
bebés com 3 a 6 meses de vida; pretendeu-se avaliar a ocorrência de
depressão pós-natal no homem, bem como determinar a variação da
sintomatologia depressiva paterna nas variáveis do tipo sócio-demográfico
(idade, estado civil, habilitações literárias, sexo do bebé, situação
profissional). Os pais que constituiram esta amostra foram selecionados da
consulta externa do Hospital Pediátrico do Lobito e do Centro materno –
infantil (Dispensário) de Benguela, no período de Janeiro/2011 a
Junho/2011. Os principais resultados obtidos neste estudo são: a
prevalência de depressão paterna foi de 49%; a preocupação com a ideia de
vir a ser um bom pai, a preocupação com a ideia de ferir ou magoar o bebé
e o sentimento relacionado com a gravidez da parceira foram as variáveis
que mostraram haver diferenças estatísticamente significativas para a
ocorrência da DPN.
A prevalência da depressão pós-natal neste estudo foi muito elevada, o que
desperta uma melhor atenção para a saúde mental da família e em partícular
a da dos pais de primogénitos. Pode-se também dizer que a taxa de
ocorrência da depressão pós-natal no homem variou em função das
percepções que os pais têm sobre a paternidade.