Comparação das Escala Visual Analógica e Escala Numérica na Perceção da Estética e da Dor
Abstract
O termo estético exprime uma perceção ou sensação e por ser altamente subjetivo
e algo pessoal, pode provocar discordância entre os profissionais e os pacientes. A dor é
também subjetiva, sendo uma experiência emocional e sensorial desagradável. A Escala Visual
Analógica e a Escala Numérica são métodos simples e vantajosos para avaliar fenómenos
subjetivos e podem ser utilizadas na perceção da estética e na avaliação da dor.
Objetivos: Verificar se existe associação entre a Escala Visual Analógica e a Escala Numérica
na perceção da estética e da dor.
Material e Métodos: Para a estética efetuou-se um questionário online com dez imagens
extra-orais (fotografias faciais frontais e de perfil) e quatro intra-orais adaptadas (com
destaque para os dentes); antes, após o tratamento ortodôntico e com simulação de
mentoplastia de avanço. A Escala Visual Analógica foi apresentada na horizontal e a Escala
Numérica na vertical, em duas versões. Na versão 1 foram avaliadas as fotografias com as
escalas intercaladas entre si e na versão 2 foram avaliadas, inicialmente, todas as imagens
com a Escala Visual Analógica e de seguida com a Escala Numérica, sem nenhuma alteração
da ordem das fotografias. Na perceção da dor, os inquiridos classificaram presencialmente a
sua intensidade (no momento ou nos últimos 30 dias), inicialmente com a Escala Visual
Analógica e de seguida com a Escala Numérica, separadamente.
Resultados: Houve uma associação estatisticamente significativa (p <0,001), positiva e
moderada entre as escalas, tanto na avaliação das imagens extra-orais como das intra-orais,
respetivamente r= 0,678 e 0,638. Na perceção da dor, relativamente ao grau de escolaridade,
apenas não houve associação entre as escalas nos participantes cujo grau era “Nenhum” (p>
0,05), no entanto, verificou-se que a associação entre as escalas aumentou
proporcionalmente ao nível de instrução.
Conclusão: Houve uma associação entre as escalas, na perceção da estética,
independentemente da ordem pela qual foram aplicadas. A associação entre ambas foi
dependente do painel de avaliadores, apenas com associação restrita para os Ortodontistas e
para os Leigos. Na avaliação da dor, não houve associação entre as escalas nos indivíduos
sem grau de escolaridade, aumentando proporcionalmente a associação das mesmas
consoante o grau de formação.