Prevalência da depressão em crianças angolanas da província de Benguela com as idades compreendidas entre 8-13 anos
Resumo
O primeiro relato sobre transtornos patológicos do humor aparece na Bíblia no livro de Job (1500 a. C.). Contudo as primeiras referências clínicas e doutrinais encontram-se nos escritos de Hipócrates (460-370 a.C.). O maior mérito de reformulação de Hipócrates deve-se ao facto de atribuir uma origem natural à melancolia (acção da bílis negra) ideia que perdurou por longo tempo. (Cunha, Buzaid, Watanab, Romano, 2005).
Sabe-se que a depressão é um transtorno patológico do humor. Temos que considerar que a população infanto – juvenil angolana tem crescido rapidamente e em termos proporcionais a faixa etária das crianças e adolescentes é a que mais cresce. A depressão é uma doença de alta incidência na população geral e é o distúrbio mais comum do afecto ou humor nas crianças e adolescentes, (Rocha, Alan, Almeida, 2009).
Embora internacionalmente a sua prevalência seja estimada 10-15% entre crianças e adolescentes, este tipo de dados não estão disponíveis para Angola, pais em que alguns factores culturais próprios poderão influenciar o seu aparecimento ou curso. No sentido de averiguar esta realidade decidimos estudar uma amostra de crianças e adolescentes angolanos através da aplicação da Escala de Autoavaliação de Depressão de Birleson que nos permitissem identificar os casos de depressão.
Participaram nesta pesquisa um total de 500 crianças e adolescentes em idades compreendidas entre os 8 e 13 anos, a frequentarem da 1a a 5a classe.Os resultados da presente investigação não revelaram diferenças estatisticamente significativas relativamente ao género.
No final são discutidos os resultados tendo em consideração os contributos teóricos, as consequências práticas e as limitações da investigação.