Prevalência de medo em crianças e adolescentes em Benguela
Resumo
O objectivo deste trabalho é determinar a frequência, a intensidade e os principais tipos de medos das crianças e dos adolescentes angolanos. Para tal, foi administrada a versão portuguesa do inventário revisto de medos para crianças – FSSC-R (Ollendick, 1983, Fonseca, 1993) a 450 crianças de três escolas: uma pública (da periferia da cidade), uma escola mista (onde estudam crianças e adolescentes da periferia e também do meio urbano), e outra particular (onde a maioria dos alunos são de “classe alta” e situa-se no centro da cidade). Os resultados mostram que não existem diferenças significativas nos medos quanto aos grupos etários de crianças pequenas e de adolescentes, F(2) = 1,845, p=0,519. Constatamos diferenças significativas entre os medos das crianças do centro da cidade e da periferia da cidade, t(436)=-4,205, p=0,000, , sendo que as crianças da periferia da cidade (média=106,08) apresentam mais medos do que as crianças do centro da cidade (média=88,81). E constatou-se também que existem diferenças significativas entre os medos nos rapazes e nas raparigas, t(433)=-7,171, p=0,000, sendo que as raparigas (média=106,64) apresentam mais medos do que os rapazes (média=88,43).