Avaliação da Qualidade de Vida e Análise Funcional após tratamento de Cancro Oral. Perspectivas de Reabilitação do Doente e Conduta do Médico Dentista.
Resumen
: O cancro oral é, atualmente, um grande problema de saúde pública. Os doentes submetidos às diversas terapêuticas antineoplásicas, tais como a cirurgia, radioterapia e quimioterapia, isoladamente ou em combinação, veem a sua cavidade oral sofrer diversas alterações anatómicas, comprometendo a estética, a saúde oral e geral.
Objetivo: O presente relatório teve como objetivo conhecer quais as complicações orais decorrentes da terapêutica instituída, assim como, a sua implicação na qualidade de vida do doente, quais as formas de reabilitação protética e por fim, qual o papel do médico dentista em todo o processo.
Material e Métodos: Foram selecionados 175 artigos com relevância para a temática deste relatório, nas bases de dados ScienceDirect, PubMed, EbscoHost, RechearchGate e Scielo. Não se obedeceu a um intervalo de tempo específico de publicação dos mesmos.
Discussão: Diversos estudos realizados demonstram que, a terapêutica instituída no cancro oral está fortemente associada à diminuição da qualidade de vida do doente oncológico devido ao aparecimento de sequelas a nível oral tais como a mucosite, infeções, a xerostomia, a neurotoxicidade, problemas nutricionais, a osteorradionecrose, o trismo, a alteração do paladar, cáries de radiação e a disfagia, limitando funcionalmente o doente na fala, mastigação e deglutição. Destaca-se também o comprometimento da estética devido à deformidade facial que limita a interação social e o retorno ao trabalho. Relativamente à reabilitação protética, as alternativas são a prótese convencional removível ou apoiada por implantes. O médico dentista destaca-se na prevenção, no diagnóstico precoce e no acompanhamento do doente em todo o processo terapêutico e em consultas subsequentes.
Conclusão: A qualidade de vida do doente oncológico é afetada durante o tratamento antineoplásico. Assim, é fundamental a sua avaliação para estruturar decisões terapêuticas e reabilitadoras. O acompanhamento do médico dentista durante toda esta fase, é fundamental para a manutenção e/ou promoção da saúde oral do doente