Estudo da morfologia e das dimensões da sela turca em pacientes com e sem canino impactado
Resumen
As dimensões lineares da sela turca, a sua área, e morfologia têm sido alvo de estudo em vários
grupos populacionais. Alterações morfológicas têm sido associada a diversas condições, como a
classe III esquelética, fendas palatinas, e a anomalias dentárias como agenesias, transposições e
impactações dentárias. A inclusão do canino maxilar por palatino é uma condição problemática e
o seu tratamento é desafiante, requerendo uma abordagem multidisciplinar. A existência de
associação entre esta condição e as anomalias nas dimensões lineares, área e/ou morfologia da
sela turca, pode fornecer ao clínico informação adicional sobre a probabilidade de ocorrência de
inclusão do canino maxilar. A morfologia e dimensões da sela turca podem fornecer informações
úteis sobre patologias em fase assintomática, pelo que o clínico deve saber interpretar a
telerradiografia de perfil, tendo estes dados em mente.
Objetivos:
Pretende-se com este trabalho fazer uma avaliação das diferenças entre as dimensões lineares da
sela, da sua área, morfologia e tipos de calcificação entre dois grupos. Um grupo com canino
incluso por palatino e outro sem canino incluso, usado para controlo. Serão também pesquisadas
correlações entre diversas variáveis independentes e dependentes.
Materiais e Métodos:
Serão medidas, comparadas e correlacionadas dimensões e formas morfológicas da sela turca,
avaliadas em telerradiografias de perfil, com recurso a software informático adequado, de
pacientes de ambos os géneros, com idades compreendidas entre os 8-56 anos das três classes
esqueléticas, com caninos inclusos por palatino e sem caninos inclusos por palatino.
Resultados e conclusões:
Os pacientes com uma distância interclinoidal reduzida e/ou com comprimento da apófise anterior
aumentada têm maior probabilidade de vir a ter canino iincluso por palatino. Há associação entre
estas variáveis, que não variam nem com a idade nem com o género. As dimensões da sela
aumentam com a idade, como extensamente publicado na literatura. O grau de calcificação,
medido pelo sistema de Leonardi et al., não gerou valores estatisticamente significativos, entre
grupo controlo e grupo de estudo. A classificação morfológica da sela turca, segundo sistema de
Axelsson et al., parece ser uma boa forma de enquadrar as amostras de estudo. Há muitos estudos
publicados utilizando este sistema, que podem servir de comparação. A morfologia e dimensões
da sela turca podem ser a única pista para patologias potencialmente letais, em fase assintomática,
pelo que a sua cuidada análise deve ser feita por rotina.