Manifestações clínicas provocadas por fármacos na cavidade oral: diagnóstico e tratamento.
Abstract
Muitos fármacos prescritos atualmente conduzem ao desenvolvimento de manifestações clínicas na cavidade oral. Tendo em conta que os médicos dentistas são os profissionais de saúde que têm maior contacto com a cavidade oral, o seu papel torna-se fundamental no diagnóstico e tratamento destas manifestações.
Objetivos: Sintetizar as manifestações clínicas causadas por fármacos na cavidade oral. Identificar os principais sinais e sintomas dessas alterações, que permitem ao médico dentista diagnosticá-las. Proporcionar ao paciente um tratamento adequado e eficaz.
Metodologia: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com base na informação obtida por pesquisa online, nos seguintes motores de busca: “Google académico”, “Pubmed” e “Ebscohost”, utilizando as palavras-chave: "Oral Cavity"; "Clinical manifestations of drugs"; "Dentistry"; "Oral pathology". Foram obtidos 89 869 artigos, dos quais foram selecionados 85.
Discussão: As manifestações clínicas mais comuns provocadas por medicamentos são: xerostomia, distúrbios do paladar, síndrome da boca ardente, reações liquenoides orais, pênfigo, úlceras orais, eritema multiforme, hiperplasia gengival, angioedema, halitose, pigmentações, reação distónica aguda e osteonecrose dos maxilares. Tendo em conta que existem cada vez mais relatos de novos casos clínicos de manifestações orais provocadas pelos medicamentos, torna-se praticamente impossível enumerar todos os fármacos inerentes ao desenvolvimento de determinada manifestação. Apesar dessa dificuldade, o médico dentista deve conseguir associar o aparecimento de determinada lesão na cavidade oral aos fármacos que poderão estar na sua etiologia. Deste modo, deverá ser possível chegar a um diagnóstico precoce e implementar um tratamento adequado.
Considerações finais: O diagnóstico deve basear-se, não só nos sinais e sintomas presentes, mas também na recolha cuidadosa de uma história clínica completa. O tratamento é complicado, porquanto a suspensão do medicamento indutor da manifestação, a redução da sua dose ou a eventual substituição por outro que não conduza ao desenvolvimento dessa manifestação, por vezes, não é possível. De qualquer das formas, o médico dentista deve entrar em contacto com o médico prescritor do fármaco indutor para que, juntos, encontrem uma solução benéfica para o paciente