Lesões Orofaciais Associadas Ao Futebol - Nas Camadas Jovens
Abstract
O futebol é a modalidade desportiva mais praticada no mundo, tendo participantes em todas as faixas etárias e em diferentes níveis.
As lesões na região orofacial são frequentes, principalmente em atletas que praticam deportos de contacto. Sendo assim, sujeitos a um maior risco de sofrerem lesões na região maxilo facial que podem causar consequências físicas e psicossociais. O futebol embora não seja considerado um desporto violento, oferece contacto físico, aumentando a probabilidade de ocorrerem lesões orais e craniofaciais. Os protetores orais são eficazes para a prevenção de lesões traumáticas, bem como na redução da severidade das mesmas.
Objetivos: Estudar quais as lesões orofaciais mais frequentes; o conhecimento dos jogadores e treinadores relativamente às lesões dentárias; o conhecimento da equipa técnica sobre os procedimentos a adotar após uma lesão. E também a conscientização em relação à utilização de protetores orais.
Materiais e Métodos: A amostra total é constituída por 102 indivíduos. Dentro destes, 82 são jovens atletas menores de 18 anos e os outros 20 são os seus respetivos treinadores, de ambos os géneros. Foram realizados questionários, disponíveis online para todos os envolvidos, durante o período de abril e maio de 2018.
O estudo foi aprovado pela comissão de Ética do Instituto Universitário de Ciências da Saúde (IUCS).
Todos os dados recolhidos foram inseridos numa base de programa estatístico SPSS® 21. As variáveis categóricas foram descritas através de frequências absolutas e relativas (%). Realizamos a análise estatística descritiva utilizando médias, modas e desvio padrão e ainda os testes Independent Samples Test, ANOVA e o modelo de regressão linear.
Resultados/Conclusão: Na nossa amostra, as lesões apresentam maior frequência no género masculino. Relativamente às respostas dos treinadores verificamos que, 40,0% não consideram a goteira de proteção importante. 85,0% nunca obtiveram informações a respeito de protetores orais e de lesões orofaciais durante a sua formação. Apenas 25,0%, aconselham os atletas a utilizarem protetores orais. Em relação às avulsões dentárias, 85,0% e 45,0% dos treinadores investigados davam uma toalha para parar a hemorragia e colocavam um dente num guardanapo limpo, respetivamente.
No questionário dos atletas, verificamos que 76,8% nunca sofreram lesões na face, no entanto dos que sofreram, o local mais afetado foram os lábios, e a lesão que ocorre com maior percentagem é a contusão com 18,3%. 98,8% dos inquiridos não utiliza goteira nos treinos/ jogos e discordam totalmente com o uso da mesma.
Verificamos que a lesão orofacial mais prevalente é a contusão e a laceração, sendo mais frequentes nos lábios. O conhecimento dos atletas e treinadores sobre as lesões orofaciais e a utilização de protetores orais é reduzido. O conhecimento da equipa técnica sobre os procedimentos a adotar após uma lesão é praticamente inexistente.