Estudo sobre a utilização do Isolamento Absoluto Numa População de Médicos Dentistas
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Data
2018Autore
Silva, Tânia Patrícia Ferreira da
Metadata
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O isolamento absoluto foi introduzido na medicina dentária em 1864 pelo Dr. Sanford Barnum, sendo hoje em dia reconhecida como o standard na endodontia e dentisteria. Campo cirúrgico limpo e seco, prevenção da contaminação pela saliva e outros fluidos, reduz a contaminação por microrganismos e proteger o paciente contra a aspiração e deglutição de pequenos objetos durante o procedimento e de soluções irrigantes são algumas das muitas vantagens conhecidas desta técnica. Tempo que demora a colocação do isolamento, dificuldade em colocar o dique de borracha e causar desconforto e stress ao paciente são algumas das razões que os médicos dentistas indica para a não utilização do isolamento absoluto. Objetivos: os objetivos deste estudo são determinar a frequência de utilização do isolamento absoluto numa população de médicos dentistas portugueses, determinar em que área da medicina dentária o isolamento absoluto é mais utilizado e identificar as razões pelas quais o isolamento absoluto não é utilizado. Materiais e métodos: questionário, de resposta anonima e voluntária, constituído por quatro perguntas de escolha múltipla, quatro perguntas de resposta curta e uma pergunta de resposta longa. Colocado online na plataforma google formulários e partilhado através da aplicação Facebook. Análise estatística efetuada através do IBM SPSS Statistics 25.0. Levantamento bibliográfico na base de dados: PubMed e Research Gates. Resultados: No total 238 médicos dentistas participaram neste estudo dos quais 73 são do sexo masculino e 165 são do sexo feminino, com idades compreendidas entre os 22 e os 60 anos. 79 afirmam que só usam isolamento relativo, 78 só usam isolamento absoluto e 81 usam ambos. Foi questionado aos médicos dentistas que apenas utilizam isolamento relativo o porque de não utilizarem o isolamento absoluto,14,3% disseram ser por causa do tempo que demora para executar a técnica, 8,8% que quando comparado ao método que utilizam o isolamento absoluto não traz vantagem para a realização do procedimento e 5,0% o facto de as clínicas onde exercem não lhes disponibilizar materiais para a realização do mesmo. Aos médicos dentistas que aplicam o isolamento absoluto ou ambos os isolamentos foi lhes questionado em que tipo de tratamento utilizavam o isolamento absoluto. 31,1% respondeu em endodontia, 3,8% em facetas/onlays/inlays/overlays, 0,8% em dentisteria e 30,7% em todos os procedimentos anteriormente mencionados. Separamos os médicos dentistas em dois grupos: um grupo em que tinham concluído o seu percurso académico no ano de 2017 ou 2018, e outro grupo em que tinham concluído o percurso académico no ano de 2016 ou anos anteriores a este. No primeiro grupo aproximadamente 33% utilizam ambos os isolamentos, 41% utilizam só isolamento absoluto e 27% utilizam só isolamento relativo. No segundo grupo aproximadamente 35% utilizam ambos os isolamentos, 30% utilizam só isolamento absoluto e 35% utilizam só isolamento relativo. Voltamos a dividi-los em dois grupos: um grupo continha os médicos dentistas que se tinham formado na faculdade CESPU e o outro grupo continha os médicos dentistas que se tinham formado noutras faculdades. No primeiro grupo aproximadamente 30% utiliza ambos os isolamentos, 38% utiliza apenas isolamento absoluto e 32% utiliza apenas isolamento relativo. No segundo grupo aproximadamente 35% utiliza ambos os isolamentos, 32% utiliza apenas isolamento absoluto e 33% utiliza apenas isolamento relativo. À última pergunta responderam 125 médicos dentistas sendo que 48% afirma que o critério de decisão é o tipo de tratamento a ser realizado, 28,8% diz que a decisão depende do dente que vai suportar o grampo, 15,2% associa a escolha de isolamento múltiplo ou unitário consoante o número de dentes que o tratamento vai envolver e 10,4% afirma que depende do caso clínico. Discussão: Comparando com os outros estudos o nosso estudo coloca-se junto com aqueles em que a amostra utiliza isolamento absoluto em mais de 50% dos casos (66,8%). 14,3% dos médicos dentistas indicaram que o tempo que demora a executar a técnica é razão de não a utilizarem e apenas 0,8% afirmaram não aplicar a técnica devido a desconforto do paciente, um valor muito inferior ou relatado nos outros estudos. Quanto á dificuldade na execução da técnica o nosso estudo apresenta percentagens mais baixas quando comparado com outros estudos. 8,8% dos médicos dentistas portugueses não utilização o isolamento absoluto por acharem que quando comparado à técnica que utilizam na prática clínica esta não lhes traz vantagem. Não foi encontrada diferença estatisticamente significativa na relação isolamento/ano e isolamento/faculdade Conclusão: Mais de metade dos participantes utiliza isolamento absoluto, apontando que os tratamentos endodônticos são aqueles em que mais utilizam. A principal razão apontada para não utilizarem a técnica é o tempo que demora a ser executada. Mais estudos são necessários.