Apinhamento Anteroinferior Pós Tratamento Ortodôntico
Resumen
A estabilidade a longo prazo é um dos principais objetivos do tratamento ortodôntico, no entanto constitui uma das metas mais difíceis de alcançar. O apinhamento anteroinferior é uma das maloclusões mais recidivantes, tendo uma longa história de debate e estudos em torno de si. A etiologia do apinhamento anteroinferior pós tratamento ortodôntico envolve inúmeros fatores, sendo imperativo um conhecimento e uma consideração cuidada dos mesmos.
Objetivos: Analisar a literatura mais relevante, de modo a estabelecer se existe correlação entre o apinhamento anteroinferior pós tratamento ortodôntico e as seguintes variáveis: aumento da distância intercanina, extrações vs não extrações e presença de terceiros molares.
Metodologia: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica com recurso a bases de dados eletrónicas como PubMed, Google Académico, ScieLo e EBSCO. Foram encontrados 453 artigos, entre os quais foram selecionados 38 para a realização da revisão narrativa.
Resultados: 10 autores afirmam que o aumento da distância intercanina é responsável pela recidiva do apinhamento anteroinferior, enquanto 4 não encontram esta correlação. 8 autores afirmam não existir diferença entre tratamentos com ou sem extrações na recidiva do apinhamento anteroinferior, 3 reconhecem que as extrações levam a uma maior recidiva e 3 afirmam que os tratamentos sem extrações resultam numa recidiva mais pronunciada. 8 artigos suportam que a presença dos terceiros molares não tem influência na recidiva do apinhamento anteroinferior e apenas 2 encontram esta correlação.
Conclusão: A expansão excessiva da distância intercanina parece resultar numa maior recidiva do apinhamento anteroinferior. A opção por um tratamento com ou sem extrações de pré molares não tem influência direta no grau de recidiva do apinhamento anteroinferior. Não há evidências que apontem para uma maior tendência ao apinhamento anteroinferior tardio na presença de terceiros molares.