Determination of odontometric parameters in mandibular molars to evaluate sexual dimorphism in a forensic context
Resumen
Um dos principais objetivos quando são encontrados restos humanos esqueléticos não identificados é a recuperação da sua identidade. No caso de elementos osteológicos fundamentais à reconstrução do perfil biológico que estejam em falta ou fragmentados, os dentes devem ser empregues, pois resistem a vários fatores adversos.
Parâmetros odontométricos, utilizados mundialmente de forma a se compreender o dimorfismo sexual intra e inter-populações humanas, indicam que o canino é o dente mais dimórfico. Contudo, uma vez que os dentes monorradiculares, como os caninos, são mais propensos à perda postmortem que os multirradiculares, os molares podem ser considerados uma alternativa excelente para a diagnose sexual em contextos forenses.
Os objetivos deste estudo são avaliar a existência de dimorfismo sexual nas dimensões diagonais dos primeiro e segundo molares mandibulares, bem como o desenvolvimento de um método simples para a estimativa do sexo de um indivíduo utilizando a dentição.
Com o objetivo de determinar a aplicabilidade das dimensões diagonais das coroas para a diagnose sexual, foram estudados os primeiro e segundo molares mandibulares esquerdos pertencentes a 135 indivíduos da Coleção de Esqueletos Identificados de Coimbra (Século XX), do Departamento de Ciências da Vida, Universidade de Coimbra. A relação entre o tamanho dos dentes e o sexo foi verificada por testes-t independentes e uma análise ROC determinou pontos de corte para cada dimensão. Adicionalmente, foram medidas as dimensões mesiodistais das coroas dos molares e do canino direito de 59 indivíduos, com o objetivo de comparar os resultados das dimensões diagonais das coroas com as medidas mais estudadas. As últimas dimensões foram também sujeitas a uma regressão logística para avaliar a sua capacidade de previsão.
Para as dimensões diagonais foi calculada uma classificação correta do sexo de até 65,2% para o primeiro molar e 67,7% para o segundo, enquanto as dimensões mesiodistais revelaram uma classificação de 69,5% para o primeiro molar e 74,6% para o canino. Estes resultados sugerem que, embora as dimensões diagonais dos dentes posteriores possuam um dimorfismo sexual moderado e possam constituir um método corroborativo na diagnose sexual, o canino apresenta melhores resultados e deve ser considerado sempre que se encontre presente.