Osteonecrose dos maxilares associada ao uso de bifosfonatos
Resumo
Os bifosfonatos são uma classe farmacológica que tem como objetivo prevenir a reabsorção óssea, e são prescritos para distúrbios ósseos como a osteoporose, metástases ósseas, doença de Paget, osteogénese imperfeita, entre outras. Como efeito adverso em 2003 surgiram os primeiros casos de osteonecrose, que se caracteriza pela exposição do osso necrótico que prevalece por oito semanas ou mais sem história prévia de radioterapia da cabeça e do pescoço.
OBJETIVO: O objetivo desta revisão narrativa é esclarecer questões sobre a temática, assim como as condições e riscos que um paciente tem de desenvolver osteonecrose dos maxilares, formas de abordar o doente e opções de tratamento.
MATERIAIS E MÉTODOS: Para a elaboração desta revisão foi realizada uma pesquisa na base de dados PubMed, Scielo e Google académico, através das palavras-chave e critérios de inclusão e exclusão resultaram 39 artigos.
DISCUSSÃO: O risco de desenvolver osteonecrose está relacionado com fatores como o tipo de bifosfonatos, a via de administração, o tempo de exposição ao fármaco. O zoledronato é o fármaco que potencializa o aparecimento de osteonecrose através da via endovenosa. Fatores locais como exodontias, colocação de implantes dentários, cirurgia periapical, ou seja, procedimentos que envolvam o osso também aumentam o risco de osteonecrose. A mandíbula é mais afetada que a maxila, devido à sua anatomia, por apresentar uma maior densidade óssea e proeminências.
CONCLUSÃO: É de extrema relevância a necessidade de tratamentos dentários prévios ao doente antes de iniciar a terapia com bifosfonatos de modo a prevenir a osteonecrose. O papel do médico dentista é crucial para o diagnóstico desta condição, visto que é possível detetar em estados precoces.
Segundo a evidência científica existem vários tipos de tratamento para a osteonecrose, sendo que a combinação de vários apresentam maiores taxas de sucesso, em que a cirurgia combinada com antibióticos é o tratamento de eleição.