| dc.description.abstract | O objetivo deste trabalho foi analisar o diâmetro dos canais radiculares dos dentes, a espessura restante da dentina, e a distância espigão-dentina após três tipos de preparação do canal radicular.
Trinta pré-molares humanos extraídos com ápice completamente formado foram armazenados em cloramina a 5% durante 7 dias e depois em água destilada a 4° C durante 7 dias. As coroas anatómicas foram inicialmente seccionadas, e todos os dentes foram tratados endodonticamente. Os grupos de espécimes foram divididos de acordo a cimentação e os diferentes tipos de espigões endodônticos, como se segue: A) ParaPost Fiber LuxTM (Coltène, Whaledent Inc, EUA); B) Rebilda GTTM (VOCO, Alemanha); C) Angelus ExactoTM (Angelus, Brasil). A tomografia computorizada de feixe cônico (CBCT) e análises convencionais de raios X foram realizadas antes e depois da cimentação endodôntica. Após a cimentação, as amostras foram embutidas em resina de poliéster autopolimerizante (Technovit 400TM; Kulzer GmbH, Alemanha) e depois seccionadas a 90 graus em relação ao plano da interface do espigão com o cimento. No início, os espécimes seccionados transversalmente foram inspeccionados por microscopia óptica (OM, Leica DM 2500 MTM, Leica Microsystems, Alemanha) com ampliações entre 10x e 500x. O programa de computador Image J (National Institutes of Health, EUA) foi utilizado para quantificar a percentagem de porosidade. Em seguida, as superfícies foram revestidas com filmes finos de AgPd para análises de microscopia eletrónica de varrimento (SEM) utilizando a unidade SEM (JSM-6010 LV, JEOL, Japão) acoplada à espectroscopia dispersiva de energia (EDS). A espessura e a microestrutura do cimento de matriz resinosa foi avaliada com uma alta resolução, variando de x1000 até x20000 em modo de eletrões secundários (SE) e retrodifundidos (BSE).
A variação da preparação do canal radicular fez com que ocorresse uma diminuição na espessura dos tecidos dentários remanescentes. As análises via CBCT e microscópicas também revelaram uma variação clara do cimento de matriz resinosa à volta de todos os espigões testados. Notou-se um aumento na espessura e no volume do cimento no terço coronal, uma vez que adaptação foi comprometida devido às variações anatómicas e à preparação do canal radicular. Defeitos tais como poros e fissuras micrométricas assim como zonas não preenchidas pelo cimento foram também detetados pela análise microscópica. As análises microscópicas revelaram ainda mais detalhes das fibras e defeitos do espigão na região de interface com a dentina intraradicular.
A preparação invasiva do canal radicular promove uma diminuição na espessura dos tecidos dentários remanescentes e pode aumentar os riscos de fractura radicular catastrófia. A espessura e volume do cimento varia ao longo dos espigões e aumentou desde o ápice do dente até ao terço coronal devido à falta de adaptação do espigão. O aumento de espessura do cimento revela um maior número de defeitos tais como poros e fissuras que são locais de concentração de tensões e início de fissuras como eventual risco de fratura catastrófica. | pt_PT |
