Sinusite maxilar crónica e infeções de origem dentária - Uma revisão integrativa

Abstract

A sinusite de origem dentária merece uma atenção especial, dado que se encontra em cerca de 10% dos tipos de sinusite maxilar, podendo atingir até 40% na sinusite maxilar crónica. OBJETIVO: O objetivo deste trabalho é estudar a relação entre sinusite maxilar crónica e as infeções de origem dentária. Para isso, compararam-se os padrões dos sintomas, as diferenças na microbiologia e os tratamentos adequados nos dois tipos de sinusite crónica: de origem rinológica e de origem dentária. MÉTODO: Foi realizada uma pesquisa bibliográfica no motor de busca PubMed, nos quais foram identificados 46 artigos. Os estudos potencialmente relevantes foram avaliados, sendo que 21 estudos foram incluídos nesta revisão bibliográfica integrativa. RESULTADOS: Na avaliação de um paciente com uma sinusite recalcitrante, particularmente se for unilateral ou estiver associada ao mau odor ou gosto, devemos solicitar a realização de meios complementares de diagnóstico, preferencialmente a TC sinusal ou CBCT, com inspeção minuciosa à evidência de lesões periapicais Os médicos devem considerar a infeção dentária em pacientes com rinosinusite bilateral com opacificação em, pelo menos, um lado do raio-x do seio, e também quando as bactérias associadas são identificadas em culturas do seio maxilar. DISCUSSÃO: O tratamento de base para a sinusite maxilar de origem dentária (SMOD) , consiste na eliminação da causa dentária e no tratamento farmacológico, da infeção, essencialmente à base de antibióticos. A tendência atual é que os médicos dentistas e otorrinolaringologistas trabalhem em conjunto para tratar a SMOD da melhor forma possível. Em vários artigos revistos, na maioria das vezes, foi experimentada uma combinação de terapia antibiótica, tratamento endodôntico e cirurgia endoscópica do seio (CES). A CES primária resulta numa resolução mais rápida dos sintomas da sinusite, em comparação com o tratamento dentário primário. A CES pode ser considerada uma terapia de primeira escolha para a SMOD sintomática, seguida do tratamento dentário.