Comparação da prevalência das doenças periodontais de acordo com as classificações de 1999 e 2017: Estudo epidemiológico observacional transversal

Abstract

No ano 2017 o “World Workshop on The Classification of Periodontal and Peri-implant Diseases and Conditions", resultou da necessidade até então sentida pelos profissionais. A classificação das doenças periodontais sofreu mudanças paradigmáticas, evoluindo de um diagnóstico baseado na perda de inserção e na profundidade de sondagem para um diagnóstico sustentado no sangramento à sondagem, na perda de inserção considerando o espaço interproximal a uma zona comum adjacente, nos fatores sistémicos e comportamentais. O objetivo do nosso estudo foi diagnosticar e avaliar a prevalência das doenças periodontais, entre as diferentes classificações de 1999 e 2017, nos anos 2014 e 2015 afim de comparar os seus predomínios. Com base na amostra de 926 pacientes que tinham sido diagnosticados na cadeira de CCPIII, foram selecionados 910 processos que reuniam todos os nossos critérios de inclusão. Os parâmetros gerais utilizados para caraterização da amostra foram os seguintes: idade, gênero, doenças sistémicas e hábitos tabágicos. Para a formulação do diagnóstico utilizamos os parâmetros clínicos: índice de sangramento e a perda de aderência. Os resultados deste estudo demonstraram que na classificação de 1999, 410 pacientes foram diagnosticados com periodontite crónica, 75 (18,3 %) com periodontite leve, 76 (18,5%) com periodontite moderada e, 259 (63,2%) apresentavam periodontite severa. Na classificação de 2017, dos 397 pacientes diagnosticados com periodontite, 63 (15,9%) periodontite leve (estadio I), 74 (18,6%) periodontite moderada (estadio II), 188 (47,4%) apresentavam periodontite severa (estadio III), e 72 (18,1%) muito severa (estadio IV).