COROAS CERÂMICAS: AS COMPLICAÇÕES BIOLÓGICAS E TÉCNICAS
Resumo
Introdução: As coroas de cerâmica são cada vez mais utilizadas pelas suas características estéticas. Os riscos a longo prazo da colocação das coroas cerâmicas são biologicamente significativos e podem envolver complicações posteriores, tanto técnicas como biológicas.
Objetivos: Obter estimativas globais da sobrevivência e das taxas de complicações das coroas em cerâmica.
Materiais e Métodos: Foi realizada uma revisão sistemática da literatura científica na base de dados Pubmed, incluindo artigos publicados a partir de fevereiro de 2010 até março de 2022. A pesquisa foi limitada às línguas inglesa, portuguesa e francesa.
Resultados: Foram selecionados para o presente trabalho 20 artigos. Após a avaliação dos mesmos, verificou-se que as taxas de sobrevivência e sucesso das coroas cerâmicas foram significativamente influenciadas pela localização da restauração. Coroas em molares mostraram mais complicações biológicas e técnicas do que em dentes anteriores. As taxas de sobrevivência encontradas foram entre 79,6% (após 15 anos de seguimento) e acima de 96% (antes dos 3 anos). As complicações biológicas mais presentes são: cárie secundária, doença periodontal, sensibilidade dentária ou perda de vitalidade da polpa. As complicações técnicas mais frequentes são o desgaste, a perda de retenção da prótese e fraturas.
Conclusão: Apesar da notável evolução das cerâmicas na medicina dentária, nem todos os desafios foram ultrapassados. Há ainda necessidade de compreender e melhorar o desempenho clínico dos materiais de restauração biocompatíveis através de um maior desenvolvimento da definição de falhas, testes laboratoriais e estudos clínicos.