Associações entre Distress Após Término de Relação Romântica, Vinculação, Expansão do Eu, Inclusão do Outro no Eu e Infidelidade
Abstract
Introdução: A dissolução de um relacionamento amoroso abarca uma série de manifestações emocionais, comportamentais e psicológicas, que podem ter impacto na saúde mental através do breakup distress, mediado por diversos fatores. Objetivo: Este estudo teve como objetivo determinar a influência das variáveis expansão do self, experiências na relação de proximidade, atitudes face à infidelidade e inclusão do outro no eu, na variável dependente breakup distress. Método: Trata-se de um estudo transversal, quantitativo. Os instrumentos utilizados foram Breakup Distress Scale (BDS), Experiences in Close Relationships (ECR-12), Inclusion of Others in the Self (IOS) Scale, Self-Expansion Questionnaire (SEQ) e Attitudes Toward Relationship Infidelity (ATRI). O estudo utilizou uma amostra aleatória de 233 participantes adultos (M=28 anos de idade). Os dados foram analisados com recurso ao SPSS (versão 29). Resultados: A BDS e o SEQ apresentaram elevada consistência interna, enquanto o ECR-12 e o ATRI apresentaram valores mais baixos do que seria esperado. A BDS correlacionou-se positivamente com o SEQ, com várias subescalas do ECR-12, como o “evitamento” e o “medo da rejeição” e com a ATRI scale. Os participantes com níveis de escolaridade mais elevados apresentaram médias mais elevadas nas variáveis estudadas. A média do grupo de participantes sem relação amorosa atual, obtiveram médias mais elevadas na BDS, assim como o grupo de participantes cuja relação foi terminada pelo (a) parceiro (a). Verificaram-se correlações positivas entre o breakup distress, o estilo de vinculação evitativo com o sentimento de medo do abandono e atitudes permissivas face à infidelidade. Observou-se ainda que a escolaridade mais elevada representa níveis de distress mais elevados e que os não iniciantes do término sofrem também de um nível de breakup distress superior. Discussão: A análise integrativa dos resultados permite-nos aferir que o sofrimento pós-término de uma relação amorosa é influenciado por uma combinação de fatores emocionais e comportamentais. A rejeição, a infidelidade e o estilo evitativo de vinculação emergem como fatores críticos que exacerbam o breakup distress. Além desses, a autoexpansão desempenha um papel significativo na mitigação do sofrimento emocional pós-término, destacando a importância de atividades que promovam o crescimento pessoal (atividades de autoexpansão dentro da relação). As atitudes permissivas à infidelidade e o nível de inclusão do outro no self também parecem afetar a relação de forma negativa e aumentam a vulnerabilidade ao sofrimento após o término: o breakup distress. Conclusões: Este estudo contribui para a compreensão das variáveis envolvidas no breakup distress, com potenciação para a realização de estudos futuros com foco no desenvolvimento de estratégias de intervenção adequadas em pacientes que experienciaram breakup distress, e por isso, com sofrimento psicológico, colmatando as limitações mencionadas e expandindo os instrumentos psicométricos disponíveis para esta temática. Introduction: The dissolution of a romantic relationship encompasses a series of emotional, behavioural and psychological manifestations, which can have an impact on mental health through breakup distress, mediated by various factors. Objective: The aim of this study was to determine the influence of the variables’ expansion of the self, experiences in the close relationship, attitudes towards infidelity and inclusion of the other in the self, on the dependent variable breakup distress. Method: This is a cross-sectional, quantitative study. The instruments used were Breakup Distress Scale (BDS), Experiences in Close Relationships (ECR-12), Inclusion of Others in the Self (IOS) Scale, Self-Expansion Questionnaire (SEQ) and Attitudes Toward Relationship Infidelity (ATRI). The study used a random sample of 233 adult participants (M=28 years old). The data was analysed using SPSS (version 29). Results: The BDS and SEQ showed high internal consistency, while the ECR-12 and ATRI showed lower values than would be expected. The BDS correlated positively with the SEQ, with several subscales of the ECR-12, such as “avoidance” and “fear of interpersonal rejection”, and with the ATRI scale. Participants with higher levels of education had higher averages in the variables studied. The group of participants without a current romantic relationship had higher mean scores on the BDS, as did the group of participants whose relationship was ended by their partner. There were positive correlations between breakup distress, avoidant attachment style with feelings of fear of abandonment and permissive attitudes towards infidelity. It was also observed that higher levels of schooling represent higher levels of distress and that non-initiators of termination also suffer from a higher level of breakup distress. Discussion: The integrative analysis of the results shows that post-breakup distress is influenced by a combination of emotional and behavioural factors. Rejection, infidelity, and an avoidant attachment style emerge as critical factors that exacerbate breakup distress. In addition to these, self-expansion plays a significant role in mitigating post-breakup emotional distress, highlighting the importance of activities that promote personal growth (self-expansion activities within the relationship). Permissive attitudes to infidelity and the level of inclusion of the other in the self also seem to affect the relationship negatively and increase vulnerability to suffering after the break-up: breakup distress. Conclusions: This study contributes to the understanding of the variables involved in breakup distress, with the potential for future studies focusing on the development of appropriate intervention strategies for patients who have experienced breakup distress, and therefore psychological suffering, overcoming the limitations mentioned and expanding the psychometric instruments available for this subject.